Trata-se de duas iniciativas, nomeadamente uma acção judicial de restituição da “herança” Lunda ou seja da terra e a outra é de indemnização pelas detenções ilegais.
Lembro que Jota Filipe Malakito e pares constituíram a Comissão do Manifesto Lunda-Associação de naturais e descendentes da região rica em diamantes para reivindicar autonomia administrativa e financeira, tendo escrito ao presidente para o efeito.
Esta é uma iniciativa que não resultou. Sem culpa formada, tanto o líder Jota Malakito como outros seguidores foram perseguidos de seguida e detidos por longo tempo. Alguns dos quais continuam nas cadeias até ao momento.
As autoridades centrais recusam-se abordar o assunto, isto depois de um assinalado encontro mantido em 2007 entre reivindicadores e um alegado emissário do presidente da República.
Jota Filipe Malakito é autor desta iniciativa judicial. O homem tinha sido acusado por pares seus de ter negociado com o governo enquanto esteve detido.
Válida ou não, custou-lhe a destituição do cargo de presidente da Comissão do Protectorado.
Com a entrada para esta nova etapa de disputa judicial disse o nosso interlocutor, perde protagonismo a Comissão do Manifesto Lunda, cujo objectivo era o de encetar as negociações com o Executivo, entretanto falhadas.
O responsável diz que vai levar este processo até as últimas consequências, alusão ao tribunal internacional.
Nos últimos tempos, no seio dos residentes locais generaliza-se um sentimento de simpatia para com a autonomia da região rica em diamantes, na mesma proporção do crescimento da pobreza.
No sentido de minimiza-lo o Executivo de tem ensaiado novas iniciativas, a mais recente das quais tem sido a concessão de licenças de exploração de diamantes aos garimpeiros anteriormente perseguidos por causa da actividade considerada de ilegal.
Do impacto desta política no seio das comunidades, o tempo irá provar.