Palestina: Entre o veto americano e a solidariedade dos países africanos

Países africanos pro-Palestina têm a oportunidade de demonstrar a sua solidariedade votando a criação do Estado Palestiniano, ao mesmo tempo que correm o risco de perder os apoios de Washington

O veto ao reconhecimento do Estado Palestiniano pelos Estados Unidos pode beliscar as relações com África pro-Palestina

O presidente americano Barack Obama afirmou esta manha perante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque que não existe nenhuma via para a paz no Médio Oriente, que não pela negociação, rejeitando assim e liminarmente a iniciativa dos Palestinianos em obter o reconhecimento como Estado.

O anúncio do presidente Obama vem confirmar o que a sua administração já vinha afirmando há vários dias, sobre a eventualidade de os Estados Unidos da América vetarem o pedido de reconhecimento da Palestina como Estado membro e de pleno direito das Nações Unidas.

Apesar desta rejeição americana, a iniciativa liderada por Mahmmoud Abbas deve contar com alguns apoios internacionais. A Rússia por exemplo anunciou hoje que apoiava a declaração de criação do Estado Palestiniano. Em África poucos têm sido os países que abertamente declaram apoio ao reconhecimento incondicional da Palestina.

Todavia importa referir que existe uma “tentação” dos países africanos em reconhecer o Estado da Palestina por princípio de solidariedade. Esta hipótese chegou mesmo a ser considerada pela administração americana que há vários meses iniciou uma campanha diplomática de sensibilização tanto em Washington como em capitais africanas, alertando para as consequências de um tal procedimento por parte de governos africanos.

Assis Malaquias é académico, director do Centro de Estudos Africanos da Universidade de Defesa Nacional aqui em Washington, ele analisa as virtudes desse processo de pedido do reconhecimento da Palestina como país. Comenta os posicionamentos dos países africanos e fala de algumas reacções de governos dos PALOP como também antecipa o quadro de relacionamento governamental futuro entre os Estados Unidos e países de África que não agirem em conformidade.

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