A rebelião iniciada há seis meses que levou ao derrube de Moammar Gadafhi foi largamente conduzida por voluntários que lutaram contra a tentativa do governo de esmagar a sua revolta. Voluntários forneceram também apoio de outras formas.
Muitos desses voluntários são estudantes, que puseram os livros de parte, ou profissionais que deixaram os seus trabalhos para apoiar o que chamam de revolução contra Moammar Gadhafi
Abdel Ahmed, um indivíduo corpulento e barbudo com um boné castanho e envergando uma T-shirt, comando um posto de controlo na estrada que conduz a Sirte, um bastião de Gadhafi. Ahmed trabalhava até há seis meses atrás no porto de Misrata quando se juntou aos rebeldes. A cidade foi libertada depois de meses de luta em que morreram cerca de 2000 pessoas.
Ahmed disse que se voluntariou, tal como outros, primeiro pela liberdade. E em segundo lugar quando viu as pessoas manifestarem-se pacificamente e a resposta que Gadhafi deu com mortes, violações e roubos. Ahmad disse não ter outra escolha senão lutar pela liberdade e por um melhor país no futuro.
Num hospital de Tripoli, o estudante de medicina Ali al-Mughrabi, presta cuidados a um rapaz ferido. Será médico no próximo ano, mas por enquanto presta ajuda como um enfermeiro.
Al-Mughrabi afirmou que se ofereceu para trabalhar no hospital por haver escassez de enfermeiros e outros profissionais de saúde para ajudar pessoas feridas nas lutas.
Ele não foi o único. Com a maioria do pessoal hospitalar incapaz de ir para o trabalho devido as lutas, centenas voluntários das vizinhanças foram para o hospital para limpar o chão, cozinhar e lavar pratos.
O pessoal e doentes tiveram de ser evacuados durante as primeiras semanas de lutas devido aos bombardeamentos. Mas regressaram e transformaram o que era maioritariamente uma clínica ambulatória para queimados num grande estabelecimento hospitalar de cirurgia e cuidados intensivos que atendeu milhares de feridos.
Nas ruas de Tripoli, jovens, entre os quais Saleh Dukalia, limpam os passeios e recolhem o lixo pela primeira vez desde que o governo de Gadhafi caiu.
Alguns dos voluntários, que também fazem entregas de água e leite, começaram a organizar-se a registar-se como associações cívicas.
Os novos dirigentes da Líbia saúdam os desenvolvimentos em curso e esperam que as pessoas criem as instituições cívicas necessárias para construir um estado moderno e democrático.