O descontentamento dos empresários do ramo dos transportes resulta da Operação Stop da Policia Nacional, realizada nos dias 8 e 9 do mes em curso, portanto quinta e sexta-feira, onde durante 48 horas, mulheres, crianças, velhos, na condição de passageiros e igualmente os respectivos autocarros e miniautocarros do Namibe que tinham como destino a cidade do Lubango, ficaram sob cativeiro policial no Município da Humpata, província da Huila, alegando falta de documentos.
«Vamos paralizar os serviços de transportação do publico, se a policia de transito da Huila, continuar com estas atitudes, os miniautocarros tèm documentos, mas a policia do Lubango só quer nos incomodar», lamentou Eduardo Domingos, concessionário.
O Governo da província do Namibe não gostou a forma como a população foi tratada durante 48 horas, retidas no município da Humpata, sem água, alimentação e sem assistência médica.
O executivo de Cândida Celeste da Silva, mandatou o Comandante Provincial do Namibe da Policia nacional António Pedro Kandela a proceder diligências junto do seu homólogo da Huila para o resgate da população visada e consequentemente o esclarecimento dos factos.
As quatro horas de madrugada de sábado, uma delegação policial chefiada pelo comandante da unidade operativa do Namibe, deslocou-se ao Lubango onde junto das autoridades policiais locais libertaram a população e os meios sob cativeiro. O mesmo aconteceu com os passageiros da Luanda, igualmente retidos na localidade do Toco.
«Chamo-me Pedrito, estamos retidos aqui na Humpata, há 48 horas. Os nossos miniautocarros têm documentos, tem títulos de concessionário, mas a policia daqui chateia. Velhos, mulheres e crianças dormimos todos dormimos durante dois dias na Humpata e só saímos, graças a intervenção do Comando Provincial do Namibe da policia Nacional que enviou para o Lubango uma delegação, chefiada pelo comandante da unidade operativa Teodoro Renato, por que senão continuaríamos cativos, sem culpa formada», desabafou o motorista da empresa Angomar.
Alguns visados consideram a atitude do comandante da unidade operativa da Huila intendente Pedro Domingos de desumana e abusiva. A Província da Huila é propensa a conflitos com populações que começam desde o camartelo demolidor que colocou a relento milhares de cidadãos por baixo da chuva sem piedade, o assassinato de motoqueiros a queima-roupa e agora crianças, mulheres e pacientes postos no cativeiro na operação stop que pouco o nada tem a ver com o passageiro, lamentam os visados.
«Isso que fizeram é pecado, velhos crianças, mulheres dormir na Humpata durante dois dias, sem comer, um mais velho fazia-se acompanhar de um orfão, coitado passou mal. O peixe do meu negócio estragou todo, eu gastei duzentos mil kwanzas, mas como podem ver, senhores jornalistas tive um grande prejuízo, não obstante eu ser responsável dos meus filhos que estudam», lamentou a senhora Maria Joana, residente do Namibe e vendedora de peixe na cidade do Lubango, para sobrevivência da família.
Houve danos morais, materiais aos passageiros. A Amotrang associação de moto-taxista e transportadores de Angola em defesa de seus filiados «miniautocarros do Namibe», tem em manga o dossier que deverá ser encaminhado a um advogado em Luanda e ao Comandante geral da corporação, Ambrósio de Lemos para a responsabilização dos membros da corporação da Huila envolvidos nesta acção que beliscou a honra e dignidade da pessoa humana.