Líbia: Kadhafi diz não à rendição

Reunião de Paris sobre o futuro da Líbia, 01 de Setembro

Em Paris a comunidade internacional debate as propostas políticas do CNT que deve organizar eleições dentro de 18 meses

Diplomatas e líderes políticos de vários países reuniram-se hoje em Paris para debater o futuro da Líbia depois do derrube do regime do Coronel Muammar Kadhafi.

O evento deve permitir ao Conselho Nacional de Transição, no poder na Líbia apresentar o seu plano de governação até as eleições a ter lugar dentro de ano e meio.

A França convocou esta conferência há uma semana, depois do avanço das forças do Conselho Nacional de Transição sobre Tripoli. Em Paris os dignitários de mais 60 países presentes a reunião vão debater como apoiar o novo governo provisório líbio na instauração da democracia e estabilidade política.

A Secretária de Estado norte-americana está entre os presentes. Hillary Clinton foi forçada a interromper as férias de Verão para participar no certame. Clinton disse que as próximas semanas serão críticas para a Líbia e a comunidade internacional precisa agir decisivamente para apoiar o Conselho Nacional de Transição Líbio.

A porta-voz do Departamento do Estado, Victoria Nuland disse que participação do líder d

“Uma das coisas que esperamos ouvir neste encontro é um relatório do Conselho Nacional de Transição sob a maneira como pensa dar seguimento, o que espera da comunidade internacional, incluindo como pretende trabalhar com o Conselho de Segurança das Nações Unidas no âmbito das resoluções 1970 e 1973.”

Essas resoluções da ONU que impuseram sanções contra o regime do Coronel Kadhafi, e autorizaram a intervenção militar internacional liderada pela NATO na Líbia.

A cimeira de Paris coincide também com o anúncio do governo francês que vai liberar mais de 2 mil milhões de dólares de fundos líbios congelados pela França. O comité de sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas já tinha igualmente aprovado o desbloqueamento de mais de 3 mil milhões de dólares do fundo líbio congelado líbio congelado pelo governo britânico. Esses fundos vão ser aplicados em programas humanitários.

Entretanto, o Conselho Nacional de Transição decidiu alargar por uma semana o prazo da ordem de rendição dado aos apoiantes de Kadhafi na cidade de Syrte e nas regiões centro e sul do país. O prazo final tinha sido fixado para este Sábado. Contudo os canais de televisões dos países árabes transmitiram um discurso de Kadhafi afirmando que as suas forças não vão se render.

No campo diplomático existem avanços e recuos. A Rússia anunciou o reconhecimento do Conselho Nacional de Transição. O governo de São Tomé e Príncipe reconheceu igualmente o CNT. A decisão foi tomada durante a reunião do Conselho de Ministros e confirmada por um membro do executivo. A Argélia também anuncia que poderá reconhecer o CNT.

Contudo alguns países africanos fazem o finca-pé à semelhança da União Africana. A África do Sul pela voz do presidente Jacob Zuma confirmou a sua ausência na conferência de Paris. Zuma disse que o seu país não gostou da intervenção da NATO na Líbia e por isso não foi à Paris. Mas também não disse se iria ou não reconhecer o Conselho Nacional de Transição.