UNITA enfrenta divisões internas

Isaias Samakuva

Militantes tentam resolver crise causada pelo fim do mandato de Isaías Samakuva, que não iniciou processo de sucessão

Militantes tentam resolver diferendo

Militantes da UNITA estão a tentar resolver o diferendo que ameaça dividir o partido.

O fim oficial do mandato de Isaías Samakuva como presidente da UNITA, no passado dia 22, provocou pedidos para a sua demissão e a convocação de um congresso para decidir na liderança da organização.

Continua a troca de palavras entre os dois campos, com acusações recíprocas.

Isto contudo num momento em que alguns secretários nas províncias (pelo menos foi assim na Lunda-Norte) dão sinais de solidariedade para com Isaías Samakuva.

Alberto Katengue, Coordenador do chamado “Grupo de Reflexão” mostrou-se pouco preocupado com o facto e diz que este movimento é para manter, até que sejam atingidos os objectivos fixados no memorando tornado público.

“Samakuva não convocou o Congresso a tempo. O seu mandato terminou”. Estas são apenas algumas das acusações.

O presidente da UNITA justifica-se com falta de dinheiro, argumento ventilado ainda no ano passado e coloca como condição, a audição da Comissão Política (órgão onde navega com muita segurança), cuja reunião está prevista para o próximo mês de Setembro.

A VOA tomou conhecimento de algumas iniciativas no sentido de pôr-se fim a este desacordo. Alberto Katengue, mais cauteloso, não confirmou, limitando a estimar que dentro de semanas o partido se re-encontrará.

William Tonet director do Semanário F-8 e que comenta geralmente sobre questões políticas fez notar que após a morte de Jonas Savimbi a Unita tinha iniciado "um processo democrático".

"Todas as pessoas pensaram que isso seria para perdurar," disse Tonet que disse ser ele próprio uma das pessoas que tem uma estima pelo presidente Samakuva e "seria bom que para ele cumprir o que dizem os Estatutos".

"Aliás, eu acho que foi politicamente errado, ele ter aceite continuar depois da derrota eleitoral," disse Tonet.

O melhor seria que pusesse o seu lugar à disposição e não atendesse à pedidos de qualquer das partes para a continuação," acrescentou.

Entretanto, na Província da Lunda Sul, o secretário provincial da UNITA, Virgílio Pedro Samussongo, veio a público solidarizar-se com Isaías Samakuva. No seu depoimento, aquele dirigente regional da UNITA considera que não têm credibilidade os autores de uma carta aberta elaborada por um grupo de 24 militantes da UNITA, exigindo a demissão incondicional do seu líder. Isaías samakuza, acusando-o de impedir a realização do 11º Congresso daquela organização partidária.

Apoio a Samakuva