A chanceler alemã Angela Merkel chega a Luanda amanhã para uma visita de aproximadamente 24 horas, para tratar de política e potenciar negócios. A questão das terras expropriadas aos alemães também vai estar na ordem do dia.
A visita é de retribuição a uma anteriormente realizada ao país germânico por José Eduardo dos Santos em 2009. É também o reconhecimento da estabilidade que Angola conhece nesta altura, segundo responsáveis do corpo diplomático.
Mas é a assinatura de uma declaração comum de intenções para uma parceria estratégica, o elemento político mais substantivo desta visita.
Angola e Alemanha subscrevem nesta terça-feira um Acordo de Cooperação geral, na política, na economia e na cultura, assegurou o Embaixador Marquardt.
O responsável augura que seja bem sucedida a visita de Angela Merkel, já que os preparativos correram bem.
Angola é ressaltada pelo potencial em recursos naturais. É a quinta economia do continente, segundo relatórios publicados e é vista como tendo passado a ser mais influente junto das organizações internacionais, sublinhou o diplomata alemão.
A chanceler alemã que tem uma agenda muito apertada, vai encontrar-se com o presidente da República no palácio presidencial... Antes, abre o encontro económico que vai contar com a participação de empresários locais, políticos e executivos. Onze empresários integram a delegação que vem de Berlim. Querem saber mais sobre a ordem jurídica de Angola para fazer negócios, sobretudo á luz da nova Lei do Investimento Privado.
Outros contactos vão ser mantidos.
A ministra da Agricultura que integra a delegação oficial de 60 elementos, avistará o ministro da Agricultura, Pedro Kanga.
Entre outros assuntos, o gigante europeu gostaria de ver resolvida a problemática das expropriações das terras, das mãos dos fazendeiros alemães, que à data da independência se haviam fixado no Calulu, província do Kuanza Sul.
Chegaram a ser 1200, segundo dados avançados pela embaixada alemã.
O volume total de negócios entre os dois países fixou-se em 491 milhões dólares americanos em 2010. Noventa e cinco por cento das exportações do país africano, foram em petróleo e gás, ao passo que os alemães, venderam maquinarias, ferragens e também alimentos.
Números exíguos. A situação já foi bem melhor em 2008 antes da crise económica.
O potencial é grande, reconhecem as partes. Os grandes obstáculos são a burocracia, a corrupção e a língua.
Perguntei a Ricardo Gerigk, presidente da Câmara e Comércio, porque razão não se impunham os alemães, como fizeram os chineses?
“As empresas alemãs são rigorosamente controladas pelo fisco e por vezes multadas até pela simples suspeita de envolvimento em negócios pouco claros, disse. Por outro lado, não importa o que fazem os chineses em Angola. As empresas chinesas são aqui chamadas, pela qualidade do serviço que prestam no mercado. Naturalmente que isto faz a diferença. E compete o governo angolano tirar as suas conclusões”, rematou.
A visita de Ângela Merkel inscreve dois outros encontros em separado: - um com o presidente da UNITA Isaías Samakuva, e outro, com representantes da sociedade civil, antes da partida para outra escala no continente, a Nigéria.