O presidente Barack Obama afirmou que os líderes do Congresso precisam de agir correctamente e trabalhar com ele para se alcançar um compromisso o mais amplo possível com vista a reduzir o deficit orçamental e elevar o limite da dívida nacional.
Numa conferência de imprensa, o presidente Obama disse que se vai reunir diariamente com os líderes do Congresso até que se resolva o assunto do deficit e da dívida. Acrescentou que todos continuam a pensar que seria inaceitável não aumentar o tecto da dívida de 14,3 triliões de dólares e que ainda há muito trabalho para fazer:
“Tenho ouvido dos meus amigos republicanos já há algum tempo que é um imperativo moral para nós procurar resolver a nossa dívida e o deficit de uma forma séria. Tenho ouvido da parte deles que isso é uma das coisas que está a criar incertezas e a paralisar o investimento por parte da comunidade empresarial. E por isso, o que lhes digo é que sigamos em frente.”
Obama reconheceu também a oposição do seu Partido Democrático para considerar ou incluir quaisquer mudanças radicais para as chamadas despesas obrigatórias, como o Medicare, Medicaid e a Segurança Social.
O presidente confirmou que ele e o líder republicano da Câmara dos Representantes, John Boehner, estavam predispostos para um pacote o maior possível que resolvesse os desafios da dívida e do deficit durante muito tempo. Mas Boehner desistiu dos esforços para se alcançar um grande acordo envolvendo mais de quatro triliões de dólares numa combinação de cortes nas despesas e aumento de receitas.
John Boehner, antes do início de mais uma ronda de conversações na Casa Branca, indicou que o que chamou de “abismo” no assunto da dívida e do deficit continua largo:
“O presidente continua a insistir em aumentar impostos e estão actualmente bastante sérios sobre uma reforma fundamental das despesas obrigatórias para resolver o problema para o futuro a curto e médio prazo.”
Boehner disse concordar com o presidente Obama de que os Estados Unidos não se podem permitir a não cumprir com os pagamentos da sua dívida. Mas notou que o Congresso deve aprovar qualquer lei para evitar um incumprimento e disse que as actuais propostas não passarão na Câmara dos Representantes.
O presidente Obama tornou claro que irá continuar a pressionar por um acordo o mais vasto possível, afirmando que pode resultar em deficits exequíveis e níveis de dívida estabilizados que iriam beneficiar a economia:
“A coisa que não irei considerar é prazos de 30, 60, 90 ou 180 dias para resolução temporária do problema. Somos os Estados Unidos da América e não gerimos os nossos assuntos em parcelas de três meses. Não arriscamos o incumprimento dos Estados Unidos das nossas obrigações porque não podemos colocar a política de lado.”
Barack Obama afirmou que o trabalho de corrigir a confusão fiscal apenas se tornará mais complicado em seis meses quando as campanhas eleitorais de 2012 para a Presidência e o Congresso atingirem o seu pico. Afirmou que vai ser necessário um compromisso de todas as partes.