A proibição do uso de véu muçulmano ou “burca” nas escolas estatais está a provocar agitação na comunidade islâmica em Moçambique.
Tudo começou em Cabo Delgado com uma aluna impedida de entrar na sala de aula porque tinha o rosto semi-tapado pela “burca”.
Alguns dirigentes muçulmanos insurgiram-se imediatamente contra a decisão da escola.
O Ministro da Educação, Zeferino Martins, apareceu em defesa da escola com base na constituição da república que estabelece que Moçambique é um estado laico.
Para Zeferino Martins, a constituição da república é muito clara. O ministro considera estranho que hoje, 36 anos depois da independência de Moçambique, seja levantada a questão de indumentária para os alunos de escolas públicas.
Mas, alguns juristas consideram que apesar da laicidade do estado preconizada na constituição é preciso aprovar uma lei específica sobre este assunto. Só que ao nível do governo, o assunto é considerado muito sensível. O governo tem muito receio de surgimento de fundamentalismo.
Até agora, as relações entre o governo e as igrejas, incluindo a islâmica, são consideradas muito boas em Moçambique.
Alguns membros do governo acreditam que as boas relações entre o governo e a igreja podem ser aproveitadas para a solução pacífica do problema de burcas muçulmanas nas escolas públicas sem passar pela aprovação de uma lei.
Ouça a reportagem do colaborador da “Voz da América”, Simeão Pongoane.
A proibição do uso de véu muçulmano nas escolas estatais está a provocar agitação na comunidade islâmica em Moçambique.