As exportações africanas para os Estados Unidos quadruplicaram nos últimos onze anos mas são ainda uma quantia mínima no comércio global.
O comércio entre os Estados Unidos e África vai estar em análise a partir de amanhã em Lusaka no Forum da AGOA, a Lei de Oportunidade e Crescimento em África.
Presentes vão estar centenas de delegados da sociedade civil, dos governos e do empresariado de 38 países.
A lei de Oportunidade e Crescimento em África, AGOA, foi criada no ano 2000 e visa dar acesso ao mercado americano, o maior do mundo a produtos de países africanos que cumpram certos requisitos políticos e económicos.
Ao abrigo da AGOAe de acordos tarifários o ano passado os países africanos exportaram cerca de 44 mil milhões de dólares de produtos para os estados unidos mas disso apenas 4 mil milhões de dólares não são petróleo. Contudo No ano 2000 isso era apenas de mil milhões de dólares.
Florie Liser, sub representante par ao comercio externo dos Estados Unidos disse que a AGOAtem tido um impacto positivo mas que parte do problema é que estão a exportar produtos – nas suas palavras – no nível mais baixo da cadeia de valores e produtos, em particular matérias primas.
“O único meio de se fazer crescer as economias de um modo agressivo é agarrar-se as matérias primas de produtos naturais e acrescentar-lhes valor passando a fazer-se exportações no nível alto da cadeia de valores. É isso que a AGOA está a permitir que os africanos façam,” disse ela
Para isso os Estados Unidos dão entrada no seu mercado a produtos como roupa, sapatos e alimentos transformados em fábricas como compotas e fruta enlatada. Um total de quase 6.500 produtos entra no mercado americano sem tarifas aduaneiras. Por exemplo a exportação para os estados unidos de veículos fabricos na África do Sul aumentou 850% desde 2000.
Mas na sua totalidade as exportações dos 38 países africanos que beneficiam da lei continuam a ser poucas.
Liser, numa conferência de imprensa aqui em Washington antes de partir para Lusaka reconheceu que muitos dos problemas de África estão ligados a falta de infra-estruturas como por exemplo falta de electricidade que dificulta ou torna mais onerosa a operação de fábricas.
A AGOA não é contudo uma lei que tenha duração indefinida. A lei quando aprovada em 2000 previa o seu fim em 2015, dando portanto um período de 15 anos para produtos africanos ganharem acesso significativo no mercado africano. Isso não aconteceu ou como atestam os quatro mil milhões de dólares de exportações o aumento não fui muitos significativo.
Mas de qualquer modo o possível fim da lei em 2015 está a causar alguma apreensão.
Martyn Davies um consultor em questões dos mercados emergentes disse ao jornal sul africano Business Day que o fim da AGOA poderá afectar a influência americana em África numa altura em que a China ganha terreno continente.
Florie Liser disse que “todos têm estado a analisar essa questão”.
“Nós reconhecemos que a AGOA é uma pedra chave de uma iniciativa que temos com a África subsariana. Penso que há um empenho do governo e do congresso em certamente investigar com o que é que vamos poder contar após essa data. Encaramos por isso com agrado a oportunidade de em Lusaka falarmos com ministros sobre o caminho a seguir,” acrescentou
Liser frisou ainda que na sua análise sobre o que será o futuro da AGOA há que ter em conta que o mundo mudou desde 2000 quando a lei entrou em vigor. “Temos que investigar como é que a nova economia global esta a funcionar e como podemos fortalecer o comercio e investimento com África”, disse ela.
È um desafio difícil mas essencial para África. O ano passado África representava pouco menos de dois por cento do comercio global e os Estados Unidos são para o continente um dos seus maiores mercados.
É também algo de importante para os Estados Unidos. O comércio é um dos meios mais eficazes de se fazer países e continentes aproximarem-se
Lei que facilita o comercio com os EUA expira em 2015