No Iémen três apoiantes de líderes tribais foram mortos na capital Sanaa, por franco-atiradores pro-governamentais.
O incidente tem lugar um dia depois do vice-presidente Abd al-Rab Mansur Hadi ter ordenado as forças governamentais a abandonarem as áreas da capital controladas pela oposição.
O presidente Ali Abdullah Saleh actualmente em tratamento na Arábia Saudita, foi forçado a ceder o poder ao vice-presidente, deixando assim os Estados Unidos preocupados com o futuro do país.
A ida do Ali Abdullah Saleh para a Arábia Saudita priva os Estados Unidos do seu principal aliado na luta contra o mais perigoso movimento afiliado a al-Qaida, reporta hoje o jornal The Washington Post. Para o diário da capital americana cita especialistas iemenitas e de segurança, segundo as quais, a ausência de Saleh coloca incertezas as operações contra-terroristas já de si minadas pelas disputas internas.
Adianta o jornal que enquanto Saleh estiver na Arábia Saudita com o apoio dos Estados Unidos, é quase incerto prever o seu regresso ao Iémen, e não se sabe ao certo quem o deverá substituir e se o próximo dirigente estará ou não a favor dos esforços americanos de neutralizar as bases terroristas no país.
O Pentágono e a CIA que têm enviado mais homens e meios materiais ao Iémen, incluindo aviões drones, vão ter que forjar uma nova relação com o sucessor de Saleh. E alguns opositores ao presidente Saleh mostram-se cépticos acerca da existência mesmo da a-Qaida na Península Arábica, descrevendo as preocupações americanas nesse domínio como um mito.
Responsáveis americanos e noutros países receiam que o grupo afiliado a al-Qaida posse explorar a actual instabilidade interna no Iémen, solidificando a sua base e lançando novos ataques.
Nas últimas semanas, membros do governo americano disseram que as forças anti-terroristas iemenitas incluindo as unidades de forças especiais treinadas e financiadas pelos Estados Unidos, foram acantonadas ou enviadas para outras operações contrárias as suas missões de caça de militantes terroristas.
Alguns observadores afirmam que no caso de a violência se persistir, e em resultado do caos que se impor, os Estados Unidos serão forçados a agir unilateralmente prevendo para isso o recurso e a expansão dos ataques por meios de aviões drones.
A partida para o tratamento na Arábia Saudita do presidente Saleh foi festejada nas ruas durante o fim-de-semana, mas ainda existem relatos de violência na cidade de Taiz ao sul do país, onde as forças de segurança lutam contra grupos de homens armados.