PAIGC não quer compromissos com golpistas
O partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde, PAIGC, rejeitou hoje a possibilidade de um compromisso com os militares golpistas sobre o retorno á legalidade constitucional.
Numa entrevista á Voz da América o porta-voz do PAIGC Fernando Mendonça disse ainda que o seu partido defende o envio de uma força “de interposição e estabilização” sob mandato da ONU e da União Africana composta por elementos da CEDAO e da CPLP.
Mendonça falava após terem fracasso negociações que duraram e toda a noite de Terça para Quarta-feira. O porta-voz disse que tinha sido convidado a participar numa reunião com o bispo da Guiné-Bissau que havia também convidado representantes dos militares.
“O PAIGC respondeu a um convite do Senhor Bispo que convidou também os militares,” disse.
O porta-voz confirmou que os militares não querem o regresso do presidente Raimundo Pereira e que “o PAIGC rejeita esta posição”.
Os chefes de estado da região tinham exigido a libertação “incondicional” dos dirigentes presos, disse ele, .
“Se há alguém que diz que um ou outro não pode exercer alguma função isso é estar a impor condições,” disse o porta-voz do PAIGC.
Tem que haver “um retorno à normalidade constitucional o que significa que o poder deve ser restituído aos titulares legítimos dos órgãos” de poder.
“O PAIGC defende também a conclusão do processo eleitoral,” disse em referência à segunda volta das eleições presidenciais que foi cancelada devido ao golpe militar.
“Essa é também a posição da comunidade internacional,” acrescentou.
Para Fernando Mendonça “os militares fazem as interpretações que querem mas isso não envolve PAIGC” e estão já a substituir governadores e administradores sectoriais “consumando” assim o golpe.
O PAIGC apoia, disse, “totalmente” o envio de uma força internacional para a Guiné-Bissau.