Comissão eleitoral tem que ser reformada - Justino Pinto de Andrade

  • António Capalandanda

Pode isto suceder em Angola? Violência pós eleitoral na Nigeria

Dirigente político angolano diz que reforma da comissão é essencial para se evitar possível violência pós eleitoral

Justino Pinto de Andrade, presidente do Bloco Democrático (BD), disse que as próximas eleições previstas para 2012 em Angola poderão resultar em violência se as autoridades angolanas não efectuarem uma alteração prévia da estruturas de controlo do processo eleitoral.


O político que falava durante a sessão de abertura do primeiro Conselho Provincial Ordinário Alargado do seu partido realizado em Benguela, referiu que mudança passa necessariamente pela reconfiguração da Comissão Nacional Eleitoral (CNE).


Para Pinto de Andrade “a Comissão Eleitoral que existe não é independente, é altamente partidarizada pelo MPLA e tem uma forte representação adicional de pessoas de confiança de do presidente da Republica”.


“Isso não garante isenção e justiça eleitoral,” disse.


Pinto de Andrade sublinhou ainda que o seu partido não quer que os resultados eleitorais em Angola resultem em violência à semelhança do que aconteceu na Nigéria, onde se desencadeoou uma onda de violência depois do candidato derrotado nas presidenciais, Muhammadu Buhari, ter acusado a Comissão Eleitoral de ignorar as irregularidades na votação e manipulado os resultados para atribuir a vitória ao Presidente em exercício, Goodluck Jonathan.


“ Nós temos que garantir que o processo eleitoral seja justo e livre em que os angolanos se revejam nos resultados eleitorais, “ disse o presidente do Bloco Democrático.


“ Nós iremos fazer campanha para que os órgãos eleitorais sejam livre e não órgãos comprometidos com partido no poder ou comprometidos com o Presidente da Republica,” acrescentou.


“ Nós queremos que tudo aconteça de forma livre e equilibrada para não transformarmos um acto que deve ser de alegria, num acto de violência,” disse ainda Justino Pinto de Andrade.


O dirigente partidário ressaltou também que o próximo pleito eleitoral não deve de forma alguma ser idêntico a de 2008 em que, segundo afirmou, o processo foi injusto alegando que os angolanos não puderam participar livremente e aos partidos políticos da oposição não foi permitido o controlo dos votos, para além de existirem suspeitas bem fundadas de fraude eleitoral.


“ Eu recordo-me que nas eleições de 2008, houve um controle total do processo de contagem de votos e apuramento dos votos pelo partido no poder e pelas instituições governamentais, mas a oposição não teve acesso ao espaço onde se estava a decidir o nosso futuro,” disse.


“Não pode mais acontecer,” acrescentou