Está instalada uma verdadeira guerra de nervos entre a Frelimo e a Renamo em Moçambique depois do colapso do diálogo entre os dois principais partidos políticos.
O diálogo fora solicitado pela Renamo para discutir assuntos relacionados com a despartidarização das instituições do Estado, incluindo a Polícia e as Forças Armadas. Mas depois de algumas rondas, a delegação da Renamo achou que a sua contraparte estava a brincar e decidiu romper com a conversa e anunciar manifestações contra a alegada arrogância da Frelimo. O facto foi anunciado por Meque Braz, porta-voz da equipa da Renamo.
Meque Braz disse que “a Renamo tem armas, mas vai realizar manifestações pacíficas”. Segundo Meque se a Frelimo usar a Polícia de Intervenção Rápida ou de Choque vai ter resposta à medida do seu peso.
Para a Frelimo, a atitude da Renamo é absurda. O partido no poder considera que foi apanhado de surpresa pela decisão de abandonar o diálogo. Mas segundo Edson Macuacua, porta-voz da Frelimo, as portas para o diálogo ainda estão abertas.
“Estamos surpreendidos por este anúncio. A Frelimo é um partido sempre aberto ao diálogo, porque acredita que a alternativa ao diálogo é o próprio diálogo e a alternativa à paz é a paz” – disse Edson Macuácua, Secretário do Comité Central da Frelimo para Mobilização e Propaganda.
A Frelimo explica que a Renamo pode abrir células do partido nas instituições do Estado, porque a lei não a impede.
Entretanto, o jornal “Zambeze” reporta na sua edição desta semana que o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, dá prazo até 30 de Maio próximo para se resolver tudo o que o maior partido da oposição exige.
Segundo o jornal, Afonso Dhlakama promete uso da força para fazer valer as posições do seu partido.
Os religiosos multiplicam apelos à paz e ao diálogo.