O advogado e político David Mendes formalizou hoje a reclamação do despacho do Procurador da República que se tinha declarado sem competência para investigar o presidente Jose Eduardo dos Santos.
A investigação tinha sido pedida por Mendes que alegou que dos Santos e outras proemientes figuras políticas tinham estado envolvidas no desvio de mais de setecentos e setenta milhões de dólares dos cofres do Estado.
No documento são identificadas contas e datas em que as operações foram alegadamente realizadas.
A procuradoria tinha argumentado “não ter competência para conhecer e mandar instaurar os competentes processos crime por denúncias feitas contra o Presidente da República”, mas nada disse relativamente ao tratamento que tenciona dar às restantes figuras citadas na queixa, nomeadamente Pierre Falcone, Elísio de Figueiredo e Manuel Vicente, o actual ministro de estado da coordenação económica.
O advogado requereu a reapreciação do despacho e ao mesmo tempo solicitou da procuradoria o prosseguimento do caso abrindo imediatamente o processo contra as pessoas não protegidas pela constituição, nomeadamente Figueiredo, Falcone e Vicente.
Na sua reclamação ao despacho David Mendes pede também que “seja remetido á assembleia nacional a queixa contra o cidadão José Eduardo dos Santos”.
O PP-partido Popular apresentou a queixa a 10 de Outubro do ano passado.
Curiosamente, desde aquela data, o advogado e as organizações às quais se encontra associado, e o património que lhe é afecto passaram a ser alvo de ataques com armas de fogo ou directamente vandalizados sem que a polícia tenha conseguido esclarecer tais ocorrências.
No mês passado foi atingida com disparos de arma de fogo a sede da “Associação Mãos Livres”, ao passo que em Benguela, foi quebrado o vidro traseiro da viatura com a qual circulava.
Por outro lado a Investigação Criminal abriu processo contra David Mendes alegando crime de difamação.
Ouça a reportagem do Alexandre neto carregando na Barra azul no topo.
Mendes quer processos imediatos contra conhecidas figuras políticas que alegadamente desviaram milhares de milhões de dólares