O governo angolano não adiantou qualquer data para a retirada dos 200 militares e polícias da missão de cooperação militar, afirmando apenas que irá proceder à retirada unilateral e completa da Missang do território da Guiné-Bissau.
Apesar do fim da Missang, Angola declarou a sua disponibilidade para participar de modo bilateral e num quadro multilateral, devidamente mandatado pela comunidade internacional, para a segurança e estabilidade, para a consolidação do Estado democrático de direito e também para o desenvolvimento económico e social da Guiné-Bissau.
A crise na Guiné-Bissau é um dos pontos da agenda da reunião dos ministros do Conselho e Mediação da CEDEAO, a ter lugar amanhã, quinta-feira em Abidjan, na Costa do Marfim.
No encontro de ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa serão analisadas as recomendações feitas pelo presidente da Comissão da CEDEAO, Kadire Desiré Ouedraogo, no que respeita às medidas a tomar no âmbito da organização regional africana para resolver a crise pós-eleitoral na Guiné-Bissau.
Na sexta-feira, será Lisboa a acolher uma reunião da CPLP, convocada por Angola, que detém actualmente a presidência da organização, igualmente para debater a crise guineense.
Mediante a polémica e a expectativa criada em volta da presença e consequente anúncio da retirada da MISSANG na Guiné-Bissau, Luanda afirma que a data da partida do contingente militar angolano estacionado no país está dependente de condições de segurança que terão de ser garantidas pelas autoridades guineenses.
Cândido Van-Dúnem, Ministro da Defesa de Angola, citada pela agência Lusa, falava hoje em conferência de imprensa que encerrou a visita oficial do seu homólogo cabo-verdiano, Jorge Tolentino Araújo, a Luanda, sublinhando que se pretende que a retirada seja feita de forma "ordeira".
A propósito, assegurou que "há um calendário que está a ser negociado entre as partes, onde, a intervenção das autoridades guineenses terá um pendor importante, dai que, conforme disse, a fixação da data "dependerá muito do apoio, quer de natureza administrativo, quer de natureza logístico das próprias autoridades guineenses, para permitir que esta retirada, que se pretende ordeira, que se pretende dentro dos princípios que estiveram na base da instalação, possa correr de forma normal".
Sobre estes novos dados, a que estamos a reportar, ainda não há qualquer reacção por parte das autoridades civis ou militares guineenses, que alias, não se falam a mesma língua a respeito da presença no país da Missão Angolana de Apoio ao Processo da Reforma nos Sectores da Defesa e Segurança.