Brasil continua marcado pela "diferenciação" racial

Lançado banco de dados para registar progressos entre a população dos afro-descendentes

Apesar de progressos realizados nos últimos tempos o Brasil continua a ser uma sociedade marcada pela "diferenciação" racial, disse o reitor da Faculdade Zumbia dos Palmare, José Vicente.

Vicente disse que os altos cargos a todos os niveis da sociedade brasileira, quer nas universidades, quer no estado quer na iniativa privada continuam vedados aos negros

Vicente falava à Voz da América sobre o primeiro banco de dados da comunidadade afrodescentende no Brasil que começou a funcionar este mês de Março.

O “Observatório da População Negra” é um portal lançado pela Faculdade Zumbi dos Palmares, voltada para afrodescendentes, em parceria com o governo brasileiro.

As informações vão subsidiar relatórios constantes que poderão ajudar na criação e na fiscalização de políticas públicas voltadas para os negros.

20 pesquisadores voluntários participam da fase inicial do projeto. Até o fim do ano, a expectativa é que esse número chegue a 50 profissionais, além do apoio de organismos de pesquisa locais e internacionais.

"Nos últimos 30 anos a despeito dos progressos econmicos do país a distância ( entre negros e brancos) permmanece," disse José Vicente.

Para Vicente e apesar do Brasil ter alcançado o estatuto de " uma das maiores economias do planeta" o Brasil não conseguiu traduzir isso " na inclusão e participação no negro nesses espaços de prestigio, de direcção e nesses espaços de distribuição de vantagens sociais´que pudessem minimizar" as diferenças.

"O corpo docente das academias continua a ser um espaço a que os negros não têm acesso, o corpo de pesquisadores é um espaço sem acesso aos negros, não se consegue que os negros tenham acesso aos altos cargos de primeiro e segundo escalão no governo e na iniciativa pública," disse ele

"Os negros também não têm acesso a esses postos na iniciativa privada e no ambiente das companhias apesar dos avanços econpomicos," acrescentou.

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