Síria: Administração americana desapontada com a Rússia e China

Funeral de uma das vítimas da repressão governamental na Síria

Casa Branca diz que vai continuar a trabalhar com os parceiros e o grupo "Amigos da Síria" para manter pressões sobre Bashar al-Assad

A administração americana tornou publico o seu grande desapontamento com a China e a Rússia por terem bloqueado uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a Síria.

A Casa Branca diz no entanto ser importante continuar a pressionar o presidente sírio Bashar al-Assad, como reporta Dan Robinson da VOA.

Enquanto os Estados Unidos continuam a cooperar com os parceiros internacionais pressionando o presidente Assad, assim como num plano denominado de “Amigos da Síria”, a Casa Branca vai dando voz a sua frustração em relação a postura da China e da Rússia.

Pouco depois do veto russo e chinês no Conselho de Segurança da ONU, a embaixadora americana Susan Rice disse que os Estados Unidos estavam “descontentes” com a votação, que segundo ela impediu os membros deste órgão em resolver “o jamais visto agravamento da crise na Síria e um acentuar de ameaças da paz e segurança regional.”

Ontem perante a imprensa, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney corroborou a frustração da embaixadora americana nas Nações Unidas.

“Os sentimentos que a embaixadora expressou reflectem o nosso maior desapontamento em relação a essa posição. Iremos continuar obviamente a ter discussões com todos os nossos parceiros internacionais quer nas Nações Unidas como noutros quadros, e iremos trabalhar com outros, outros “Amigos da Síria” para manter o regime do presidente al-Assad sob a necessária pressão.”

Um outro político que reagiu também a persistente violência na Síria, foi o Senador independente Joseph Lieberman. Lieberman disse acreditar que a comunidade internacional precisa de tomar medidas “corajosas” incluindo o fornecimento de armas ao Exército Livre da Síria.

“Uma das coisas que espero que o grupo internacional de contacto faça, é começar a dar ajuda ao Exército Livre da Síria, que é a oposição ao exército de al-Assad. Isso pode começar com assistência médica, com informações secretas e com treinamento. E em último caso não hesitaria em lhes fornecer armas letais porque o exército de al-Assad está a usar armas para matar populares, e os defensores do povo sírio precisam igualmente de armas.”

O porta-voz da Casa Branca Jay Carney disse contudo que os Estados Unidos não estão a considerar de momento a hipótese de armar a oposição síria, e preferem dar enfâse ao que se tem preconizado sobre o grupo “Amigos da Síria.”

“Estamos a explorar a possibilidade de fornecer ajuda humanitária aos sírios e estamos a trabalhar com os nossos parceiros, mais uma vez para acentuar a pressão, intensificar o isolamento do presidente Assad e do seu regime.”

O porta-voz da Casa Branca rejeitou evocar os detalhes acerca das opções agora em debate que vão para lá de ajudas humanitárias.

Jay Carney comentou igualmente a visita do ministro russo dos negócios estrangeiros Segei Lavrov a Damasco, afirmando que a Rússia devia perceber que “apostar tudo em Bashar al-Assad é um passo para o falhanço.”