27 Jan 2011 - O Comité Internacional da Cruz Vermelha - CICV - anunciou que o número de mortos e feridos de guerra em Mogadíscio, em 2010, é o maior da última década.
Num relatório acabado de publicar, esta organização humanitária que apoia dois hospitais na capital somali, diz que a sua equipa médica registou um número recorde de vítimas do conflito que assola a Somália.
Mais de seis mil pacientes deram entrada nos hospitais de Keysaney e Medina no ano passado. As estatísticas reveladas pelo Comité Internacional da Cruz Vermelha, baseiam-se numa comparação feita com o ano de 2009 em que foram tratadas cinco mil pessoas e outras duas mil e oitocentas no ano de 2008.
A porta-voz do Comité Internacional da Cruz Vermelha, Nicole Engelbrench diz que o número de feridos em guerra no ano de 2010 atingiu novos valores.
“Tem havido várias flutuações, mas este é um dado novo com números superiores aos anos precedentes e que mostra uma nova tendência, quando não há indicações do fim dos combates em Mogadíscio. O número de entradas nos hospitais de pacientes gravemente feridos não para de aumentar.”
A porta-voz da Cruz Vermelha Internacional diz que a sua organização está cada vez mais preocupada com o facto de um grande número dos pacientes serem civis feridos por armas de fogo. Cerca de 40 por cento deles são mulheres e crianças, o que exige um maior acompanhamento dos médicos e do pessoal hospitalar.
"As equipas de médicos e enfermeiros não podem repousar, porque estão constantemente a cuidar dos feridos e pessoas gravemente feridas. Lesões nos crânios e ferimentos por balas, fazem parte de um problema que requer tratamentos especiais. Portanto, é muito difícil gerir a situação nos hospitais de Mogadíscio, actualmente.”
A porta-voz da Cruz Vermelha diz que as novas estatísticas mostram que os feridos de guerra vão aumentar por causa do conflito, que parece não ter fim à vista. Pensa-se que mais de um milhão de pessoas morreram vítimas da guerra civil na Somália que dura há pouco mais de vinte anos.