Ex-polícias secretos angolanos reivindicam direitos

  • António Capalandanda
Cerca de 32 mil ex-agentes secretos aguardam pela sua desmobilização e reintegração social desde a assinatura dos acordos de paz em 1992.
Ex-agentes dos serviços de segurança angolanos, exigiram uma reunião com o presidente angolano, José Eduardo dos Santos, para tratarem da sua desmobilização e reintegração social pelas quais aguardam há 20 anos. Caso contrário, os agentes ameaçam realizar uma manifestação defronte ao palácio presidencial em Luanda.

Em declarações à Voz da América, um representante do grupo dos descontentes acusou o regime de Eduardo dos Santos de estar a violar sistematicamente os seus direitos há duas décadas.

Your browser doesn’t support HTML5

Ex-polícias secretos angolanos reivindicam direitos


Questionado sobre uma possível repressão da parte das autoridades angolanas em função dos protestos que pretende realizar na cidade alta, afirmou que já não têm mais nada a perder: “ O que nós queremos é a nossa indemnização e passar para a Caixa Social da Reforma” disse um dos descontentes, advertindo que “ caso não fizerem isso nós em Benguela pegaremos uns homens e iremos até ao presidente da república, vamos preferir morrer.”

Sobre o acto de protesto, um ex-agente garante que o mesmo “não tem data, nem hora, nem um líder” para evitar que sejam impedidos de fazê-lo.

Estima-se que em todo país, cerca de 32 mil ex-agentes secretos aguardam pela sua desmobilização e reintegração social desde a assinatura dos acordos de paz em 1992.

Os revoltados avisaram que uma eventual posição extrema resultaria da sólida negligência de Luanda, ao terem jogado os ex-agentes de segurança ao abandono. “Nós vamos segurar em quarenta ou trinta homens vamos ao presidente da república com um autocarro” explicou o antigo agente secreto, sublinhando: “ se no tempo de guerra não tivemos medo, não é agora em tempo de paz que vamos ter medo.”
As antigas forças de segurança lamentam ainda como os angolanos são excluídos pelas autoridades angolanas tendo em conta que países como a Guiné-Bissau até reforma oferecem.