Um avião do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) chegou neste domingo, 30, a Luanda com alimentos e bens para assistir aos mais de 11 mil cidadãos da República Democrática do Congo (RDC) que procuraram refúgio em Angola nos últimos tempos devido ao conflito no país vizinho.
A assistência chega no momento em que as autoridades angolanas, segundo o ACNUR, vão instalar um novo campo para acomodar os refugiados em Nzaji, no leste do país, que durante a guerra civil recebeu a população deslocada.
A agência da ONU está a ajudar as autoridades angolanas a preparar o local, no município de Camulo, a 90 quilómetros da fronteira, com abrigos, condições de higiene e água potável, para receber os refugiados congoleses.
A assistência humanitária aos refugiados que chegaram recentemente será distribuída na região de Dundo, onde os refugiados foram alojados em centros de acolhimento improvisados desde o início de Abril.
Assistência urgente
O ACNUR indica que os congoleses, entre eles quatro mil crianças, chegam “cansados, com poucos recursos e muitos com sinais visíveis de violência”.
Neste momento, “as condições nos centros superpovoados são extremamente pobres”, de acordo com o ACNUR.
"Os refugiados necessitam urgentemente de assistência, incluindo alimentos, água, abrigo e serviços médicos", afirma Sharon Cooper, representante regional do ACNUR para a África Austral, adiantando que a agência está a “comprar alimentos localmente para apoiar as pessoas mais vulneráveis, incluindo crianças, mulheres grávidas e idosos".
Angola, ainda de acordo com a agência, recebe actualmente 56 mil e 700 refugiados e cidadãos à procura de asilo, dos quais 25 mil são da RDC.
Com orçamento de 2,5 milhões de dólares para “protecção e assistência” a 46 mil refugiados, devido à situação de emergência, o ACNUR diz ter pedido mais 5,5 milhões de dólares para apoiar esta nova vaga de refugiados.