A decisão do governo de João Lourenço de suspender ou reduzir regalias a detentores de cargos públicos está a a provocar apoio entre a população na sua generalidade mas alguns avisam que “ao apertar o cinto pode estar-se a furar a barriga”.
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A medida inserida no OGE para 2018 prevê a suspensão da atribuição, em 2018, de subsídios de renda de casa, de manutenção de residência e de reinstalação para todos os beneficiários.
A proposta prevê ainda a suspensão da atribuição de veículos do estado para apoio à residência aos titulares de cargos políticos, magistrados e outros beneficiários, a redução para dois no número de empregados domésticos para titulares de cargos políticos, magistrados e outros.
É também reduzida as classes dos bilhetes de viagem dos titulares de cargos políticos, magistrados, deputados e respetivos cônjuges, da 1.ª classe para a classe executiva e, dos titulares de cargos de direção e chefia, da classe executiva para a classe económica
O economista Faustino Mumbica apoia a medida apesar de considerar que a mesma peca por vir tarde e por ser apenas parcial.
As regalias, disse, “é uma das regalias que onerava sobre maneira os cofres do estado”.
Mumbica disse que deveria haver um corte total nessas regalias e dar aos beneficiários um salários que lhes permita serem ele próprios a decidir como gastar esse dinheiro.
"Penso ser importante que o estado pague um salario condigno e estas pessoas com este salario disciplinarem-se, e saberem usar para o seu proprio beneficio”, disse
Mas José Severino, presidente da Associacao Industrial Angolana (AIA) pediu ponderação na aplicação desse tipo de medidas, afirmando que a sua aplicação poderá resultar numa súbita descida do nível de vida das pessoas afectadas.
O estado não pode agora " por uma medida arbitraria colocar estas pessoas que serviram o estado durante anos e anos numa situação confrangedora”. “Tem que haver aqui uma análise profunda e ponderada do ministério das financas antes de implementar estas medidas e saber o impacto que isto pode ter sobre as pessoas", afirmou.
Opinião semelhante é a de João Lukombo Zatuzola que disse que o governo deveria encontrar um meio termo que não prejudique estes servidores públicos nem o objectivo do estado.
"Se o governo por uma questão de racionalizar despesa obrigar as pessoas a apertar o cinto receio que de tanto apertar o cinto o cidadão acaba por furar a barriga”, disse.
“Deve-se sim cortar gorduras mas 'e preciso que o governo encontre um meio termo que ao mesmo tempo racionalize recursos e não submeta estas pessoas à falta de dignidade no exercício de sua actividade", acrescentou