“Liberdade Já!” Foi o que mais se ouviu no domingo 02 de Agosto no Centro Cultural Elinga Teatro na baixa de Luanda, num manifesto músico cultural organizado por vários jovens da sociedade civil para exigir a liberdade dos 15 activistas presos desde o dia 20 de Junho em algumas cadeias de Luanda.
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O espectáculo teve início as 16:00 até às 22:30, vários artistas e grupos populares entre a juventude angolana, fizeram parte da campanha de protesto e revolta "Liberdade Já", a favor dos 15 activistas.
O concerto surgiu depois da manifestação do passado 29 de Julho quarta-feira, também em Luanda, em que outros activistas saíram à rua igualmente para exigir a libertação, que foi brutalmente reprimida pela polícia.
“Nós, cidadãos independentes, de Angola e do mundo, vimos por este meio apelar às autoridades angolanas para que libertem imediatamente os jovens democratas, detidos em Luanda no dia 20 de Junho de 2015, sob a acusação de tentativa de Golpe de Estado. Desde o momento das detenções, há mais de um mês, ainda não foi apresentada nenhuma prova”, gritaram bem alto os artistas no Elinga.
Quem esteve no manifesto músico cultural, apelou também às autoridades angolanas para que respeitem a liberdade de expressão e de pensamento consagradas na Constituição da República.
Entre outros nomes, participaram do manifesto de protesto, Abada Capoeira - Zwela Hungu, Laurinda Manuel Gouveia, MC K, Flagelo Urbano, Jack Nkanga, Mona Dya Kidi, Sábio Louko & Ngamba Spoken Word, Pretos Racionais, Sanguinário, Jang Nómada, Emmanuel Pittra, Globo 112, Fat Soldiers e Dinamene.
Segundo informação tornada pública pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de Angola, os jovens detidos desde 20 de junho - estudantes e licenciados - estariam a preparar um atentado contra o Presidente José Eduardo dos Santos e outros membros dos órgãos de soberania, num alegado golpe de Estado, mas ainda não têm qualquer acusação formada.
Segundo Manuel Victoria Pereira, artista e professor, também foi ao palco do Elinga Teatro para dizer que a liberdade de expressão em Angola está "comprometida".
"Hoje é preciso muita coragem e enfrentando sabe-se lá que consequências para ter uma opinião própria. Dizer não e estar em desacordo com o poder instituído é um grande perigo", afirmou o professor.
De acordo com a PGR, os detidos em prisão preventiva são Henrique Luaty Beirão, Manuel "Nito Alves", Afonso Matias "Mbanza-Hamza", José Gomes Hata, Hitler Jessy Chivonde, Inocêncio António de Brito, Sedrick Domingos de Carvalho, Albano Evaristo Bingocabingo, Fernando António Tomás "Nicola", Nélson Dibango Mendes dos Santos, Arante Kivuvu Lopes, Nuno Álvaro Dala, Benedito Jeremias, Domingos José da Cruz e Osvaldo Caholo (tenente das Forças Armadas Angolanas).