Governo angolano condena intervenção da NATO na Líbia

  • Alexandre Neto

Manifestação de apoio às forças rebeldes em Bengazi

“Há uma ilegalidade total sobre a interpretação desta resolução e a forma como se está a bombardear a Líbia”.

A intervenção militar da NATO na Líbia tem a condenação do governo angolano que manifestou nesta sexta-feira a sua posição.

Jorge Rebelo Chicoty considerou desnecessária, pois segundo palavras por si mesmo usadas, “é contra ás pessoas civis que a organização do Tratado Norte tem atirado”.

Indagado sobre a incapacidade dos líderes africanos de pôr fim aos conflitos pela via do aprofundamento democrático e se a União Africana enquanto organização continental, não se tinha atrasado, Chicoty respondeu que nunca é tarde.

Face a actuação da NATO que extrapola o mandato recebido do Conselho de Segurança, os líderes Africanos, adiantou, vão mudar a sua forma de relacionamento com os países ocidentais. O titular dos Negócios Estrangeiros, não especificou como.

A União Africana quer um cessar fogo imediato e a retomada das negociações entre as duas partes, ou seja o Governo e o Conselho de Transição, que deve fixar um roteiro para a paz na Líbia.

E vai mais longe: quer rediscutir a Resolução do Conselho de Segurança nº 173 para clarificar a sua natureza verdadeira.

Os Chefes do Estado africanos sentem-se desprezados pela NATO referiu ontem o ministro no balanço da Cimeira dos chefes de Estado e de governo da União, onde esteve em representação de Eduardo dos Santos presidente de Angola.

Questionado sobre se Kadafi não matava Chicoty disse que “a questão é que houve ou há ainda outras crises em África onde a intervenção não foi tão rápida e tão sintomática”. O Ministro angolano considera que “há uma ilegalidade total sobre a interpretação desta resolução e a forma como se está a bombardear a Líbia”.