As comunidades autóctones do interior da província antevêem fome nos próximos tempos, devido a fracas colheitas, nesta campanha agrícola 2011. Apesar do empenho dos camponeses e agricultores, a chuva foi madrasta, lamentam os homens que trabalham a terra, facto que preocupa os governantes do Namibe.
Lavras submersas, mantimentos estragados é o clima desolador constatado nas principais zonas agrícolas do interior da província. Os agricultores do município da Bibala são os mais visados e a comuna da Lola, principal celeiro da província, a mais arrasada.
Constatou esta semana a governadora do Namibe, Cândida Celesta da Silva, num encontro naquela localidade com os agricultores e camponeses sinistrados. A governante, prometeu apoios aos visados.
«Sabemos que vai haver fome na Lola, porque o milho se estragou com a chuva, a massambala e o massango continuam na água a florir mas está tudo podre. Queremos-vos encorajar que não se desanimem, continuem a trabalhar, vamos-vos ajudar a ultrapassar estas dificuldades, só que devido a distância que separa esta localidade da sede da província, os apoios poderão chegar com algum atraso, por isso mesmo, deverão continuar a trabalhar, a administração municipal está orientada e a agricultura também, para prestar trabalho de remover elementos nocivos nas terras agricultáveis», referiu. Disse também que trouxe consigo, apoios aos sinistrados, extensivos aos agricultores que igualmente perderam os seus haveres nestas calamidades.
A governante encorajou os agricultores e camponeses da comuna da Lola que só o trabalho poderá mudar o quadro sombrio da fome eminente."O camarada presidente Jose Eduardo dos Santos, está apostado no combate a fome e a miséria, mas a fome combate-se trabalhando, nós vamos apoiar em meios os agricultores e todos aqueles que perderam os seus haveres nestas calamidades. Não é costume dos angolanos estender a mão pedindo esmola, o angolano pede meios, a enxada, o anzol e a linha de pesca para a auto-subsistência alimentar", encorajou.
Já na localidade agro-pecuária da Cacanda, comuna do Munhino, onde mais de 300 famílias camponesas perderam seus haveres também por inundações, prometeu igualmente a governante em apoiar os sinistrados para que a curto prazo possam erguer suas próprias residências.
As autoridades governamentais da província do Namibe definiram para este projecto de emergência, um modelo de construção de aldeias que deverão fixar-se na beira das estradas, tal como acontece nas províncias do interior do país.
A medida, segundo apurou a VOA, visa facilitar que sejam colocados bens e serviços a favor da população em locais de maior concentração populacional, ao contrário do actual modo de viver descrito em Sambos, ou simplesmente Ongandja, literalmente.