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Não é verdade que os movimentos de Cabinda estejam desunidos, disse no programa “Angola Fala Só” o jurista e presidente do Movimento de Reunificação do Povo de Cabinda para a sua Soberania (MRPCS), Arão Bula Tempo.
Para Tempo os diversos movimentos estão unidos no seu objectivo de que a independência do enclave sendo parte dos seus direitos teme opiniões diferentes sobre outras questões.
“Estamos unidos porque temos a mesma visão”, disse.
Contudo durante o programa rejeitou participar no Alto Conselho de Cabinda recentemente formado em Accra, no Gana, afirmando existirem nesse movimento “elementos não identificados que não participam na luta”.
Por isso o Alto Conselho “não inspira” e MRPCS não se identifica com essa organização.
A história de Cabinda foi alvo de um debate sobre factos históricos entre o convidado e o cientista político Issau Agostinho que pôs em causa os argumentos usados para se advogar a indepêndencia do território.
Essa troca de opiniões sobre os factos históricos do território foi concluída por Arão Tempo com a afirmação de que tudo isso deveria ser alvo de um debate aberto com todas as forças, incluindo o governo angolano, para se acabar com dúvidas sobre a situação.
Tempo explicou que o MRPCS é um movimento que luta só por meios pacíficos e descreveu a actual situação em Cabinda de “caótica”, caracterizada por detenções arbitrárias, intolerância política, “polícia em toda a parte”, e uso da violência.
Arão Tempo disse que dez militantes foram presos durante a semana por tentarem realizar uma manifestação em prol de um referendo sobre a independência. Os militantes estão sendo acusados de rebelião e associação de malfeitores, o que é uma violação da própria constituição angolana.
“Uma manifestação não é um crime”, disse.
Interrogado por um ouvinte sobre o facto de muitos cabindas pertencerem às forças de segurança de Angola e oporem-se à independencia, o jurista e activista de Cabinda disse que isso aconteceu em todos os territórios colonizados lembrando que na própria Angola muitos angolanos lutaram ao lado de Portugal ou mantiveram-se indiferentes
à luta de libertação.
Arão Tempo rejeitou a participação no sistema eleitoral angolano, mesmo a nível local.
“Não nos revemos nas autarquias”, disse.
Interrogado sobre se mantém contactos com representantes dos partidos angolanos, Arão Tempo disse que se limitam a cortesias individuais entre pessoas que se conhecem.
“O MPLA nunca estendeu a mão”, disse Arão Tempo que acrescentou que o maior partido da oposição angolana, a UNITA “nunca reconheceu” o direto à independência do povo de Cabinda.
O presidente do MRPCS reconheceu que não será facil atingir os objectivos porque luta.
“O sacrificio é o caminho da liberdade”, disse.