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O Movimento Independentista de Cabinda, MIC, não quer qualquer estatuto especial ou autonomia do território mas sim a independência total, disse o secretário-geral do movimento Carlos Vemba.
Falando no programa “Angola Fala Só” Vemba disse que “Cabinda nunca será Angola”.
“Angola é uma, do Zaire ao Cunene, mas Cabinda tem direito à independência por razões históricas, jurídicas e políticas”, disse Vemba que, contudo, afirmou que o seu movimento está “aberto a negociar”.
O MIC, disse “luta pelo supremo desejo do povo de Cabinda que é a independência e mais nada”.
Segundo este dirigente do MIC, a sua organização rejeita poder negociar com o governador que, segundo disse, não tem a competência para discutir a questão da independência do território.
“Isto é um assunto de estado e com todo o respeito ele não está em condições nem à altura de negociar com o MIC”, disse.
Interrogado sobre a existência de outras organizações de Cabinda que dizem lutar pelo mesmo objectivo, o secretário-geral do MIC disse que a sua organização está “aberta a dialogar com quaisquer organizações sérias e credíveis”.
“Não vamos cooperar com organizações fantoches e oportunistas”, disse, mas recusou-se a dizer quais são as organizações fantoches.
“São várias e com o tempo a comunidade internacional poderá conhecê-las,” disse.
Contudo quando um ouvinte telefonou da Bélgica intitulando-se representante da “FLEC de António Lopes” Vemba criticou fortemente essa organização como sendo de oportunistas e descreveu dirigentes de organizações exiladas na Europa como “a FLEC da neve”.
O seu movimento reconhece aqueles elementos armados que se batem no terreno da “FLEC –FAC” mas dentro do território de Cabinda a única organização que se bate pela independência é o MIC, acrescentou.
“Nós consideramos a FLEC um movimento histórico cabindês, mas políticamente agora é o MIC”, disse.
Vemba criticou a participação de Cabinda nas instituições angolanas como o parlamento afirmando que “essa metodologia está obsoleta”.
O MIC é de opinião que os cabindas que têm assento no parlamento angolano devem abandonar as suas funções.
“Cabinda nunca será Angola”, disse Carlos Vemba para quem a situação económica do território não é a razão pela qual existe a luta pela independência do território.
“Nós lutamos pela recuperação da identidade cabindesa”, disse.
“Antropologicamente, culturalmente, historicamente e juridicamente não sou angolano e o povo de Cabinda não se sente angolano”, afirmou o secretário geral do MIC que rejeitou a afirmação de que há uma luta pelo petróleo em Cabinda.
“Nós não lutamos pelo petróleo, mas sim pela recuperação da nossa verdadeira identidade”, disse.
“Os angolanos é que invadem e matam o povo de Cabinda por causa dos nossos recursos”, acrescentou para quem “os cabindas têm a razão e os angolanos têm a força, mas a força não impõem o direito”.
Vemba que avisou que existe a possibilidade de se acabar definitivamente com a oportunidade de se resolver o conflicto pacificamente.
“Nós estamos a dar uma oportunidade ao estado invasor de saír pela porta porque nós sabemos que em 1974 entraram pela janela”, acrescentou.