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O Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA) vai juntamente com o Sindicato Nacional de Professores (SINPROF) apresentar ao governo uma proposta sobre a controversa questão da monodocência e outras questões do sistema de educação a que muitos se opõem.
A revelação foi feita pelo secretário-executivo do MEA, Miguel Quimbenze, no programa "Angola Fala Só", da VOA.
Quimbenze disse que a sua organização vai fazer “um trabalho de campo com o SINPROF para ver o que é que é bom o que é que não é bom, o que é que já foi feito e o que é que não foi feito.
“Caso o ministério da educação não aceitar a proposta que vamos apresentar com SINPROF então vamos efectuar uma marcha para podermos dizer não à monodocência em Angola”, afirmou.
Quimbenze revelou que a sua organização está também discutir com a associação de táxis para que os estudantes possam usufuir ter uma tarifa reduzida.
O programa foi marcado por uma acérrima defesa da educação como prioridade máxima para Angola e por criticas ao actual sistema que Quimbeze considera corrupto.
“A qualidade do ensino e Angola está muito distante dos padrões da UNESCO”, Quimbenze que acrescentou serem muitos os factores que contribuem para o fraco nível, desde a falta de infraestruturas à fraca qualidade de professores.
“Há alunos que vão à escola com fome”, disse o dirigente do MEA que defendeu a independencia do ensino como algo essencial.
“O ensino tem que ser independente”, afirmou, sublinhando que o professor deve estar apenas “comprometido com o ensino, com a nação e com a pátria”.
A corrupção e o pagamento de “gasosa” para inscrição de alunos foram duramente criticados pelo dirigente estudantil e por vários ouvintes que ligaram para o programa.
“Se tivermos professores corruptos, vamos ter uma sociedade corrupta, que é o que temos hoje”, disse Quimbenze
Quimbenze defendeu uma maior participação de alunos dos cidadãos no controlo das escolas, afirmando que actual inspecção escolar não funciona.
“O sector está corrompido (...) a inspecção deve ser de todos,” e “o que é de todos deve ser participado por todos”, acrescentou.
Ele defendeu também a introdução das línguas locais no ensino.
“Língua nacional há uma que é o português, mas há muitas línguas locais e elas devem fazer parte da educação”, disse.