O Congresso Nacional Africano, ANC, não vai considerar quaisquer exigências de possíveis parceiros de coligação para que o presidente Cyril Ramaphosa se demita, disse o secretário-geral do partido, Fikile Mbalula no domingo, 2, depois de um resultado eleitoral contundente ter acabado com a sua maioria de 30 anos.
Enquanto a África do Sul se dirige para uma série de negociações complexas para formar um governo de coligação nacional pela primeira vez e estabelecer estabilidade, Mbalula, disse que Ramaphosa permaneceria como líder do partido e que qualquer exigência em relação a sua demissão para dar espaço a negociações era “uma área proibida”.
“O presidente Ramaphosa é o presidente do ANC”, disse Mbalula nos primeiros comentários públicos da liderança do ANC desde os resultados eleitorais marcantes. “E se vierem até nós com a exigência de que Ramaphosa vai renunciar ao cargo de presidente, isso não vai acontecer.”
Veja Também ANC perde a sua maioria numa eleição históricaMbalula disse que o ANC está aberto a conversações com todos os outros partidos políticos num esforço para formar um governo, mas “nenhum partido político vai ditar os termos para nós, o ANC. Não o farão... Se vierem até nós com essa exigência, esqueçam-na”.
Mbalula admitiu que o ANC, que tem dominado a política sul-africana desde o fim do apartheid em 1994, “sofreu muito” nas eleições, mas disse que “não foi expulso”.
O ANC obteve pouco mais de 40% dos votos, ficando muito aquém da maioria que manteve durante toda a jovem democracia sul-africana. Continuará a ser, de longe, o maior partido. Mas precisa de dialogar com outros para formar um governo e reeleger Ramaphosa para um segundo e último mandato. O presidente da África do Sul é eleito pelo Parlamento após eleições nacionais.
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“Os resultados enviam uma mensagem clara ao ANC”, disse Mbalula. “Queremos enviar uma mensagem ao povo da África do Sul: Nós ouvimo-los”. Ele acrescentou que o ANC estava empenhado em formar um governo que reflectisse a vontade do povo e fosse estável.
O ANC tem muitas opções de parceiros de coligação entre os outros partidos da África do Sul, incluindo uma com a principal oposição, a Aliança Democrática, que obteve 21% dos votos.
“Vamos falar com toda a gente”, disse Mbalula. “Estamos a falar com toda a gente porque as eleições não nos deram uma maioria absoluta. As conversações sobre conversações estão a decorrer em pleno. Estamos empenhados e abertos à participação. Precisamos de estabilidade neste país”.