Análise: O número de formações políticas em Angola está a diminuir

  • Danielle Stescki

Adão Agostinho, estudante de mestrado no curso de Relações Internacionais na Universidade La Sapienza, Itália.

Angola conquistou a independência em 1975, mas devido à guerra civil que tomou conta do país, as primeiras eleições multipartidárias só ocorreram em Setembro de 1992, mais de um ano após a assinatura dos Acordos de Bicesse.

Adão Agostinho, estudante de mestrado no curso de Relações Internacionais na Universidade La Sapienza, Itália

O estudante de mestrado em Relações Internacionais pela Universidade La Sapienza, Adão Agostinho, destaca a importância dos acordos de paz, pois é a partir deles que o país abandona o regime de partido único para abraçar o multipartidarismo.

Desde que Angola adoptou em 1992 uma nova Constituição, já foram realizadas três eleições, sendo a segunda em 2008 e a terceira em 2012. A quarta está marcada para o dia 23 de Agosto deste ano.

No entanto, Agostinho aponta em sua análise uma queda no número de partidos que disputam as eleições. Ele lembra que em 1992 18 formações políticas participaram, mas apenas oito conseguiram assentos no Parlamento (AD-Coligação, FNLA, MPLA, PLD, PRD, PRS, PSD e a UNITA).

Adão Agostinho ressalta que em 2008 o número de formações políticas caiu para 14, sendo que somente cinco conseguiram assentos parlamentares (FNLA, MPLA, ND, PRS e a UNITA).

Já em 2012, as eleições contaram apenas com nove formações, quatro partidos e cinco coligações (CASA-CE, CPO, FUMA, FNLA, MPLA, ND, PAPOD, PRS e a UNITA).

Para as eleições deste ano ele ressalta que há somente seis participantes, ou seja cinco partidos e uma coligação (APN, CASA-CE, FNLA, MPLA, PRS e a UNITA).

Agostinho acredita que nas próximas eleições o número de formações políticas pode ser ainda menor, caso elas não se organizem.

Confira a entrevista para ouvir a análise de Adão Agostinho.

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Entrevista com Adão Agostinho

Adão Agostinho, de 25 anos, é formado em Ciências Políticas e Relações Internacionais pela Universidade La Sapienza. Ele termina o mestrado em Relações Internacionais este ano e defenderá a sua tese no início de 2018. Ele é natural do município do Saurimo, Lunda Sul, e escreve para a revista científica online Ilgeopolitico.org, que é dedicada a análises de política internacional. Também é coordenador da área geopolítica da África Subsariana nessa publicação.