As autoridades angolanas dizem agora suspeitar que, para além de munições, o navio americano retido no porto do Lobito, também transportará a bordo armamento, soube a Voz da América.
Fontes a que a VOA teve acesso adiantam que as autoridades locais, em Benguela, apresentaram uma proposta a Luanda para a descarga das 15 toneladas de bens alimentares que seriam destinados a outros países africanos, entre os quais Moçambique.
Mas, o governo de Luanda está a ponderar uma decisão receando pelos constrangimentos que a acção do descarregamento da mercadoria possa provocar ao porto comercial do Lobito.
Uma fonte da direcção do porto, contactada pela Voz da América, alegou falta de capacidade daquela unidade portuária para responder à demanda, sem dar mais detalhes sobre o assunto.
Recorda-se que o navio cargueiro comercial de bandeira dos Estados Unidos, o “Maersk Constellation”, e a sua tripulação estão retidos no Lobito desde o dia 28 de Fevereiro devido a questões aduaneiras, depois das autoridades angolanas terem descoberto a bordo um carregamento quatro contentores com munições.
A propósito, o partido no poder em Angola (MPLA) acusou os Estados Unidos da América de estarem a rearmar a UNITA.
O governo do Quénia fez saber, posteriormente, que as munições lhe pertencem, mas o governo angolano alega que, para além de cartuchos, o cargueiro transportará armamento.
Antes do pronunciamento das autoridades quenianas, Luanda condicionava a saída do navio do Lobito à confirmação por parte do Ministério da Defesa queniano de que o material bélico retido se destinava ao Quénia.
Fontes da VOA informaram ainda que as autoridades angolanas estão a levantar, também, a questão do estatuto legal dos 23 tripulantes do navio que estão retidos no Lobito sem visto. Esta posição foi confirmada por Daniel Villanueva, porta-voz da embaixada americana em Angola. Villanueva diz que, até ao momento, a situação legal dos cidadãos americanos, a bordo do “Maesk Constellation”, está indefinida. E adiantou, a propósito: “Não temos uma data fixa para a saída do navio. Estamos a trabalhar para encontrar a solução num futuro breve” disse o porta-voz da embaixada.
Num comunicado entregue à VOA, a proprietária do navio detido, a companhia Maersk Line, dá conta que continua a cooperar com o governo americano e angolano, para assegurar o bem-estar da tripulação.