O Presidente do Conselho Constitucional, Luís Mondlane, está em maus lençóis, devido a gastos considerados excessivos do dinheiro do erário público, numa altura em que o País vive momentos de aperto de cinto.
Segundo os semanários Magazine Independente e Savana, em apenas 18 meses no poder, Luís Mondlane gastou 12 milhões de meticais, cerca de 400 mil dólares norte-americanos em bens e serviços.
Mondlane é acusado de ter viajado com a sua esposa em missão de serviço para Portugal e de lha ter pago ajudas de custo por dinheiro do Conselho Constitucional quando não é funcionária da instituição.
Luís Mondlane é igualmente acusado de estar a comprar uma casa, através dos fundos do Conselho Constitucional. O jornal Savana reporta que o Presidente do Conselho Constitucional de Moçambique gastou no ano passado nove milhões de meticais, cerca de 300 mil dólares norte-americanos em despesas pessoais.
A Renamo, principal partido da oposição, diz que está muito desapontada com a atitude de Luís Mondlane, e exige a sua cabeça. O protesto foi apresentado em voz alta na abertura da sessão parlamentar pelo Vice-Presidente da Assembleia da República, Viana Magalhães.
“Estamos profundamente decepcionados e tristes, porque nos sentimos traídos. Nesta casa, todos tivermos alguma palavra para a ocupação de tão alto cargo de Presidente do Conselho Constitucional” – lamentou Viana Magalhães no pódio do Parlamento.
As falcatruas de Luís Mondlane não terminam apenas nos gastos excessivos do dinheiro do erário público. Ele nomeou recentemente uma jurista com menos de 5 anos na magistratura para o cargo de Secretária-Geral do Conselho Constitucional. Os magistrados mais antigos estão revoltados. Tudo indica que Luís Mondlane poderá ser afastado do cargo, porque as acusações são consideradas muito graves para a imagem da instituição que dirige e do Presidente da República, Armando Guebuza, que o nomeou.
O semanário Savana reporta que o Presidente do Conselho Constitucional deverá ser alvo de inquérito e de processo disciplinar. Luís Mondlane não comenta.