O Presidente do Botswana, Seretse Khama Ian Khama, assumiu esta semana a presidência rotativa da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), substituindo o zimbabweano Roberto Mugabe.
Que legado deixa Roberto Mugabe?
“O grande legado é a finalização da estratégia industrialização da região. Esse grande legado tem o seu mérito, mas mais do que construir a estratégia o que conta mais, a seguir, é a fase de implementação”, comenta o moçambicano Calton Cadeado, pesquisador do Instituto de Relações Internacionais
Para Cadeado, A SADC, criada há 35 anos, logrou manter a segurança e criar coesão que poderá contribuir para o desenvolvimento económico.
É de sublinhar, na óptica deste académico, o facto de a SADC ser uma zona com poucas probabilidades de conflitos armados entre estados. Cadeado dá o exemplo da gestão da crise entre o Malawi e Tanzânia em torno do Lago Niassa, onde a possibilidade de guerra é mínima.
Mugabe é substituído por Khama, o único líder da região que o criticou abertamente, no que foi visto como uma atitude ousada. Cadeado diz que a aparente divergência de opinião entre os dois não afectará a continuidade dos planos da SADC.
Esta organização regional foi criada em Abril de 1980, na Zâmbia, com a designação Conferência para a Coordenação do Desenvolvimento da África Austral. Era seu objectivo reduzir a dependência económica da África do Sul, então racista. Com o fim do Apartheid, em 1992, a organização passou a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, SADC. Tem 15 membros.
Quanto ao crescimento económico da região, Cadeado opina que é preciso “robustecer o sector privado”, de modo a contribuir para o desejado desenvolvimento.
Acompanhe a entrevista:
Your browser doesn’t support HTML5