Angola: advogado de estudante morto em manifestação pede que o caso seja retirado do SIC

Inocêncio Alberto de Matos, manifestante morto em Luanda, Angola, 11 de Novembro de 2020

"Não confiamos no rigor das investigações do Serviço de Investigação Criminal, diz Zola Bambi que pede que a PGR assuma o processo

O advogado da família do estudante Inocêncio de Matos, morto numa manifestação em novembro em Luanda, soliticiou que a investigação seja transferida do Serviço de Investigacão Criminal (SIC) para a Procuradoria-Geral da República.

Zola Bambi, diz não ter confiança na SIC.

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Advogado não quer SIC a investigar morte de estudantes – 1:41


Inocêncio de Matos morreu na manifestação a 11 de Novembro e a SIC deveria investigar o caso, mas Bambi disse que tanto a família como ele próprio não concordam que se “levasse o processo da forma como estava a ser levado no SIC”.

O advogado não deu pormenores do documento solicitando essa mudança mas acrescentou que “nós não confiamos pela forma como o SIC estava a levar as investigações sem qualquer rigor”.

Há pouco tempo, os pais deram entrada também com uma acção cível e outra criminal, que ainda não tiveram qualquer desenvolvimento.

Aquando da manifestação, a polícia disse que Matos morreu quando caiu no momento em que era perseguido pelos agentes, mas há acusações que o estudante foi brutalmente espancado, o que resultou na sua morte.

Alfredo de Matos, pai de Inocêncio de Matos, afirma que mesmo depois de a família formalizar um processo cível no Tribunal Provincial Dona Ana Joaquina e um processo-crime junto da Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP) da Procuradoria Geral da República (PGR) de Angola para a competente investigação, ainda não foi chamada para as devidas investigações.

“Matam-se inocentes e negam-lhes a justiça”, acrescentou Matos, para afirmar ainda que “a única coisa que pedimos é que se faça justiça” .

Até ao momento, a defesa não teve acesso ao relatório da autópsia realizada ao corpo de Inocêncio de Matos.

Nas duas participações, os advogados exigem a responsabilização do Estado angolano pela morte do estudante de 26 anos de idade.