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Autoridades angolanas continuam a "ignorar" morte de estudante na manifestção de 11 de novembro


Caixão de Inocêncio Matos, morto na sequência da manifestação de 11 de novembro, é levado para o cemitério da Mulemba, 28 Novembro 2020
Caixão de Inocêncio Matos, morto na sequência da manifestação de 11 de novembro, é levado para o cemitério da Mulemba, 28 Novembro 2020

Pai de Inocêncio Matos lamenta silêncio das autoridades

Mais de três meses depois da morte do estudante Inocêncio de Matos, durante uma manifestação em Luanda no dia 11 de Novembro, os seus pais continuam a não receber qualquer informação das autoridades sobre as investigações ao caso.

Autoridades angolanas mantêm silêncio sobre morte de estudante - 1:05
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Os pais deram entrada também com uma acção cível e outra criminal, que ainda não teve qualquer desenvolvimento.

Aquando da manifestação, a polícia disse que Matos morreu quando caiu perseguido pelos agentes, mas há acusações que o estudante foi brutalmente espancado, o que resultou na sua morte.

Alfredo de Matos, pai de Inocêncio de Matos, afirma que mesmo depois de formalizarem um processo cível no Tribunal Provincial Dona Ana Joaquina e um processo-crime junto da Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP) da Procuradoria Geral da República (PGR) de Angola para a competente investigação, ainda não foram chamados para as devidas investigações.

“O processo deu entrada em Dezembro e até ao momento não dão nenhuma resposta”, afirmou.

“Matam-se inocentes e negam-lhes a justiça”, acrescentou Matos, para afirmar ainda que “a única coisa que pedimos é que se faça justiça” .

Até ao momento, a defesa não teve acesso ao relatório da autópsia realizada ao corpo de Inocêncio de Matos.

O estudante do 3° ano de Ciências de Computação, na Universidade Agostinho Neto, foi mortalmente ferido na manifestação de 11 de Novembro, convocada por activistas para protestar contra o desemprego e a favor das eleições autárquicas, e que foi duramente reprimida pela polícia.

Ferido, Matos viria a falecer no hospital, mas o pai, em entrevista à VOA, refutou a versão da polícia que negou qualquer envolvimento na morte.

Nas duas participações os advogados exigem a responsabilização do Estado angolano pelo assassinato do estudante de 26 anos de idade.

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