A primeira audiência do julgamento do activista José Marcos Mavungo desta quarta-feira, 26, demonstrou claramente que a acusação é “uma peça fabricada que não tem qualquer sustentabilidade”, disse Raul Tati antigo vigário-geral de Cabinda.
Os jornalistas foram impedidos de presenciar a audiência mas Tati assistiu a essa sessão do julgamento e disse que “por aquilo que se viu no tribunal ficou mais do que provado que Mavungo é inocente”.
“Todas as acusações foram desmontadas no tribunal pelo próprio réu e também pelos argumentos dos advogados, mas também pela próprias declarações dos declarantes que o acusam”, revelou Tati, acrescentando que alguns dos declarantes disseram não conhecer Mavungo.
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O Ministério Pública afirma que foram encontrados explosivos numa mochila que, segundo a acusação, diz estar ligados a Mavungo.
Para o conhecido padre Tati, “a figura mais triste” da audiência foi o capitão da inteligência militar que negou que tivesse sido ele o autor do relatório com a acusação para depois ter que confirmar que foi ele quem assinou o documento.
“Estamos diante de um caso que se explica dentro de estratégias de decomposição usadas na guerra fria na Alemanha oriental contra os seus opositores para destruir paulatinamente figuras importantes”, acusou o antigo vigário-geral de cabinda Raúl Tati para quem a acusação contra Mavungo é uma “peça montada pelos serviços da inteligência militar”.