A “Unidade Nacional” pode ajudar Moçambique a ultrapassar os seus atuais desafios, mas o conceito deve ser atualizado, diz o académico moçambicano Calton Cadeado.
Veja Também Ministro moçambicano da Defesa celebra conquistas em Cabo Delgado, mas analistas sugerem cautelaNesta entrevista, que abre a série “Moçambique – Unidade Nacional?”, Calton Cadeado recorda, por exemplo, que a ideia de Unidade Nacional foi fundamental na luta pela independência nacional.
Nessa fase de libertação, diz Cadeado, “o primeiro grande desafio foi consciencializar as pessoas sobre a opressão e mostrar a dimensāo do Estado, porque os makondes apenas conheciam os makondes; os makuas só conheciam os macuas da sua zona; os yaos apenas conheciam os yaos…era preciso mostrar que Moçambique era mais do que a comunidade yao da sua aldeia”.
Hoje, na leitura de Cadeado, “já é diferente, já se pensa Moçambique (…) estamos miscigenados, mas não deixa de haver a instrumentralização. Há alguns que continuam a instumentalizar”.
Veja Também Contato entre Governo de Maputo e Nhongo pode fragilizar a Renamo, alertam analistasPor outro lado, Cadeado nota que, entre os políticos, “reduziu a enfâse na Unidade Nacional e há partidos que nem sequer falam” disso.
Mesmo assim, Cadeado acredita que a essência do conceito pode ser resgatada para o bem do país.
Calton Cadeado é professor e investigador na Universidade Joaquim Chissano, especializada em relações internacionais, em Maputo.
Acompanhe a entrevista:
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