O Papa Francisco diz que a Igreja Católica Romana deverá começar a considerar dar permissão aos homens casados para serem sacerdotes, uma medida que poderá resolver a falta de clero, especialmente em áreas remotas.
Entrevistado pela revista alemã Die Zeit, Francis disse que "devemos pensar se viri probati (homens casados de comprovada fé religiosa) são uma possibilidade. E daí determinar as tarefas que podem assumir, por exemplo, em comunidades remotas."
Francisco disse que permitir que os candidatos a padre decidam se querem permanecer celibatários não era algo que ele preferia, mas sugeriu que a questão merece mais discussões.
Muitos católicos romanos acreditam que permitir a ordenação de homens casados ajudaria a resolver a escassez de clero em diversas partes do mundo.
O Vaticano abriu certas excepções limitadas à lei do celibato, nomeadamente nas igrejas orientais. Alguns padres anglicanos e pastores episcopais que se converteram ao catolicismo, em certas partes, tiveram a permissão de continuar sacerdotes.
A Associação dos Padres Católicos dos Estados Unidos, cujos membros servem nas paróquias americanas, saudou a visão de Francisco.
O populismo termina mal
Na entrevista citada, a primeira de destaque numa publicação alemã, Francisco também foi questionado se alguma vez duvidou da existência de Deus, mesmo quem por alguns instantes.
"Eu também conheço momentos vazios", respondeu.
O papa sublinhou que tais períodos de crise permitem o crescimento espiritual, e acrescentou que poderia pensar que qualquer crente que não experimenta tais momentos de dúvida tem uma fé religiosa "infantil".
Na entrevista, Francisco voltou a criticar a ascensão do populismo no ocidente.
"O populismo é maléfico e termina mal, tal como o século passado demonstrou", disse numa aparente referência ao fascismo e ao comunismo soviético