O Instituto para a Democracia Multipartidária (IMD) alerta para risco de violência extrema, em cinco províncias de Moçambique, na campanha eleitoral para as eleições Autárquicas, de 11 de Outubro,
Baseando-se nos processos autárquicos passados, a organização conclui que as províncias de Nampula, Zambézia, Tete, Sofala e Gaza têm um alto risco de uma campanha violenta neste ano.
Gléssio Massango, activista cívico eleitoral da IMD, aponta o elevado nível de competitividade e certa intolerância política, em certos pontos, como as razões do risco.
Nas referidas províncias,“membros e simpatizantes de dois ou três principais partidos acreditam que têm uma chance real de vencer eleições e isso eleva os ânimos”, diz Massango.
Por outro, diz Massango, “tem sido difícil partidos da oposição fazerem campanha eleitoral em Gaza, porque a população local tem sido hostil”,
Para Inhambane e Manica, os ativistas mostram um risco médio, enquanto para as restantes quatro províncias - Maputo cidade e província, Cabo Delgado e Niassa - a classificação mostra baixo risco de violência.
Responsabilidade
O analista Samuel Simango considera que os sistemáticos problemas de violência eleitoral no país, só persistem, porque quem tem o apito e os cartões para sancionar os atores, acaba sendo o responsável pela violência.
“Parecendo que não, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) e o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) são as grandes promotoras da desestabilização e desta violência que nós assistimos” , analisa.
“Temos ouvido, um pouco por todo o país, que há indivíduos que vão às casas, de dia ou na calada da noite, comprando cartões de eleitores. Esta situação é conhecida e pública, entretanto, nem a Procuradoria, nem o STAE, muito menos a CNE falam sobre isto”, diz o analista, realçando que há vários casos que acontecem sem que os órgão eleitorais e da justiça intervenham, fazendo atiçar a ira de simpatizantes de partidos políticos.
Perante o mapeamento feito, o analista Dércio Alfazema chama atenção para a necessidade de uma ação preventiva dos atores do processo eleitoral para evitar a concretização dos riscos apontados.
“Se não forem tomadas algumas medidas, sobretudo naquelas províncias consideradas de alto risco, está claro que continuaremos a ter situações de violência e outras que poderão minar a qualidade do processo eleitoral,” diz.
As eleições autárquicas que se aproximam terão lugar em 65 municípios e contarão com a corrida de 23 partidos, coligações e associações.
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