O candidato presidencial moçambicano apoiado pelo PODEMOS, Venâncio Mondlane, revelou que vai regressar a Moçambique. Num vídeo publicado na rede social Facebook, Mondlane informou que esta se trata da fase Ponta de lança, anunciada há cerca de uma semana.
"Na próxima quinta-feira, dia 9 de Janeiro, às 8 horas e cinco minutos, pontualmente, eu Venâncio Mondlane vou estar no aeroporto internacional de Mavalane [aeroporto de Maputo]. Estarei em Moçambique.", garantiu Mondlane.
Podem matar a mim. A única coisa que sei é que a minha luta nunca vai morrer."
"Isso é a Ponta de lança", informou, numa alusão da sua pessoa à "arma de guerra".
O líder da oposição revelou que "o papel" que tinha de desempenhar fora de Moçambique "para que os protestos pudessem ser organizados e avançassem, foram organizados e avançaram". "Não estive fora de Moçambique por mêdo.", assegurou.
Mondlane convidou o povo moçambicano a receberem-no no aeroporto. E ainda os líderes dos órgãos políticos e de justiça, nomeadamente do Conselho Constitucional, o órgão que determinou a vitória do candidato da FRELIMO, Daniel Chapo.
O candidato disse ainda não ter receios sobre o que possa acontecer após o regresso. "O meu corpo está à disposição. Podem matar a mim. A única coisa que sei é que a minha luta nunca vai morrer", frisou.
No vídeo Venâncio Mondlane lançou ainda acusações à União Africana e ao Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças.
"A crise humanitária, humanitária, política, social, eleitorial em que Moçambique se encontra, a União Africana foi irrelevante. E a CDC quase patética." Mondlane afirma que há instituições internacionais, como a União Europeia e os EUA, que são "mais sensíveis à questão moçambicana".
"Em Moçambique estamos a ter um genocídio silencioso", declarou, referindo-se à atual situação social no país, decorrente dos protestos e da polícia que "sequestrou" e "assassinou" jovens que, segundo Mondlane, são seus apoiantes.
"Temos centenas de desaparecidos. Devem ser esses que estão nas valas comuns", acusou o maior candidato da oposição, apelidando-os de "heróis da democracia".
Todos os partidos confirmaram que os representantes parlamentares eleitos vão tomar posse, incluíndo o PODEMOS, que tem apoiado o candidato presidencial Venâncio Mondlane. Mondlane adiantou que "podem tomar posse", mas que "vão tomar posse sob um lençol de sangue destes heróis desta democracia", sem referir partidos.
Mondlane havia acusado o presidente do PODEMOS de violar o acordo pré-eleitoral entre ambos. Dinis Tivane, assessor do candidato presidencial moçambicano Venâncio Mondlane, afirmou, que a tomada de posse dos deputados do partido Podemos, apoiante da corrida de Mondlane à Presidência, seria uma “traição”.
Daniel Chapo vai tomar posse no próximo dia 15, numa cerimónia que vai decorrer na Praça da Independência.
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