A União Africana quer ajudar Moçambique a combater a insurgência armada em Cabo Delgado, numa altura em que, a nível interno, se alerta para a possibilidade dos ataques se alastrarem a outras províncias, dado que o Governo não tem estado a investir seriamente na luta contra os atacantes.
A ajuda foi prometida pelo Presidente da Comissão da União Aricana, Moussa Mahamat, à saída de um encontro com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, em Maputo.
Na ocasião, Mahamat considerou "uma séria ameaça à paz em Moçambique", os ataques que se registam no norte daquele país africano.
"Estamos profundamente preocupados com a situação em Cabo Delgado", realçou Moussa Mahamat, fazendo eco aos apelos da sociedade moçambicana e de alguns sectores ligados ao Governo, para que as autoridades prestem maior atenção à insurgência naquela província.
"Não se pode resolver o problema dos ataques armados sem meios, sem investimentos sobretudo ao nível das forças de defesa e segurança e da justiça", defendeu a vice-procuradora-geral da República, Amabélia Chuquela.
O analista político Raúl Domingos, diz que "há falta de vontade política para resolver a questão dos ataques a Cabo Delgado", questionando porque é que não se investiga, por exemplo, "a natureza, a organização e a logística dos atacantes".
Mais de 200 pessoas foram mortas desde que os ataques começaram, há cerca de dois anos, em alguns distritos da zona norte de Cabo Delgado.