O Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, está a seleccionar os futuros ocupantes de outros postos de primeiro escalão de seu governo depois de escolher o veterano de Washington, Reince Priebus, como chefe de gabinete da Casa Branca e o polémico Stephen Bannon como seu principal conselheiro.
Menos de uma semana depois de sua vitória surpreendente sobre a democrata Hillary Clinton na eleição presidencial de Terça-feira passada, 8, a escolha de Trump por Priebus, presidente do conselho do Comitê Nacional Republicano e amigo do presidente da Câmara dos Deputados, Paul Ryan, pode ajudá-lo a remediar as relações desgastadas com membros do establishment do Partido Republicano.
Mas Trump também nomeou Bannon, o combativo ex-director do site de direita Breitbart News, como seu estrategista e conselheiro sénior. Um comunicado disse que Bannon e Priebus irão "trabalhar como parceiros igualitários para transformar o governo federal".
A escolha de cada um deles pode revoltar um segmento dos apoiantes de Trump. Seguidores radicais do magnata que contavam que ele mantivesse a sua promessa de campanha de "limpar o pântano" de figuras de Washington que querem manter o status quo podem ficar decepcionados com a escolha de Priebus como chefe de gabinete, que controla o acesso ao Presidente norte-americano e a sua agenda.
Já republicanos mais tradicionais podem ficar tensos com a escolha do agressivo Bannon para um dos maiores cargos da Casa Branca.
Num comunicado, Trump disse que tanto Bannon quanto Priebus são "líderes altamente qualificados" que o ajudaram na disputa pela Sala Oval.
O Presidente Barack Obama, que Trump irá suceder no dia 20 de Janeiro, planeia realizar uma conferência de imprensa às 15h15 (horário de Washington DC) desta segunda-feira, 14, antes de partir para uma viagem internacional. O democrata, que prometeu uma transição pacífica com Trump apesar das suas diferenças políticas acentuadas, certamente será indagado pelos repórteres a respeito das nomeações do sucessor.
Os democratas criticaram duramente a indicação de Bannon. O deputado Adam Schiff twittou: "Selecção de Steve Bannon para papel de destaque na CB (Casa Branca) não surpreende mas alarma. Suas posições de direita alternativa, anti-semitas e misóginas não têm lugar na CB".
Desde a eleição, Trump vem suavizando uma das suas principais promessas de campanha, a de construir um muro na fronteira com o México. Numa entrevista ao programa "60 Minutos" do canal CBS que foi exibida no Domingo, Trump disse que aceitaria erguer uma cerca ao invés de um muro em algumas áreas.