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Tribunal moçambicano iliba jornalistas estrangeiros que investigam caça ilegal


Jornalistas foram detidos por aldeões quando investigavam caça ilegal de rinocerontes.

Os dois jornalistas estrangeiros detidos na aldeia de Mavodze, no sul de Moçambique, a 16 de Fevereiro, e acusados de invasão de propriedade e de privacidade pelas autoridades foram absolvidos hoje, 23, pelo tribunal. A informação foi avançada à VOA por Sue Valentine, coordenadora do programa para África do Comité de Protecção de Jornalistas(CPJ), com sede em Nova Iorque, que se congratulou com a notícia de que os jornalistas podem fazer o seu trabalho livremente em Moçambique.

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“Recebemos a informação há momentos por parte de um dos jornalistas de que o tribunal rejeitou o caso e que estão livres de viajar e de deixar o país. É uma notícia muito boa, estamos muito contentes por saber que os jornalistas em Moçambicano podem fazer o seu trabalho e fornecer informações importantes sobre esse tema da caça ilegal”, disse Valentine.

Batholomaeus Grill, correspondente do semanário alemão «Der Spiegel», e o fotógrafo sueco Torbjoern Selander, foram detidos por moradores quando faziam uma reportagem sobre a caça ilegal, na aldeia de Mavodze, no sul de Moçambique, e levados para a esquadra, onde estiveram retidos durante várias horas. Os repórteres foram soltos após intervenção das embaixadas da Alemanha e da Suécia.

Grill e Selander foram acusados pelas autoridades moçambicanas de invasão de propriedade e de privacidade, quando procuravam um indivíduo conhecido como o mestre do crime da caça ilegal de rinocerontes e considerado um «padrinho» na aldeia.

A vila faz fronteira com o Parque Nacional Kruger, da África do Sul, e integra uma vasta área de conservação transfronteiriça.

Sue Valentine, do CPJ, manifestou a sua preocupação pela prisão de jornalistas que estejam a investigar a caça ilegal que é um problema real na África Austral.

“Estamos preocupados com o facto de jornalistas serem presos e acusados no exercício das suas funções num tema de muita importância para o eco-turismo na região”, concluiu.

Refira-se que no primeiro semestre do ano passado, pelo menos 461 rinocerontes foram mortos, dos quais 288 no Parque Nacional Kruger e os restantes no Parque Nacional de Limpopo, tendo sido apreendidos 26 chifres.

Os chifres dos rinocerontes são contrabandeados para locais distantes, mas aonde chegam, como a China e o Vietname, a demanda é enorme.

Acredita-se que o pó do chifre de rinoceronte seja um remédio contra várias doenças, mas na verdade a pesquisa científica não demonstrou benefícios medicinais quanto ao uso do produto.

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