Os trabalhadores da empresa portuária do Amboím, no Porto-Amboím, na província angolana do Kwanza Sul, poderão entrar em greve em breve se a empresa não aceitar o seu cadeno reivindicativo.
Para além de reivindicações relacionadas com salários, carreira e outros aspectos, os trabalhadores exigem também a demissão do presidente do Conselho de Administração da empresa, Flávio Makanga, a quem acusam de má gestão e de perseguição aos sindicalistas.
O primeiro secretário do Sindicato dos Trabalhadores Organizados do Sector Petrolífero, Alex dos Santos, foi suspenso na sequência das reivindicações que tem estado a fazer.
Ele disse que foi suspenso depois de uma assembleia com a direcção da empresa em que falou “sobre as nossas preocupações".
“Eu falei sobre a má gestão que o PCA faz do Porto do Amboim, nós estamos a sofrer muito com a gestão desse presidente”, disse.
Com a chegada dele nós esperávamos que realmente houvesse mudanças por isso é que eu digo que o PCA deve deixar a empresa portuária do Amboim. Eu digo isso porque eu tenho apoio de todos os funcionários”, acrescentou, afirmando ainda que “caso a direcção da empresa não nos ouvir, a única solução é levar esta greve adiante’
Santos diz haver "uma perseguição sem tréguas, uma tentativa de calar os membros do sindicato para fragilizar o grupo de trabalhadores”.
O secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores Organizados do Sector Petrolífero em Angola Vítor Aguiar deslocou-se a Porto-Amboim para aferir junto dos trabalhadores as suas preocupações e afirmou “não haver uma abertura da parte da direcção da empresa, particularmente o PCA para irmos à mesa das negociações da carta reivindicativa em posse dele”.
Outra situação é o facto de o PCA estar a fazer despachos" à sua maneira criando um mau clima no seio dos trabalhadores até no próprio seu elenco, então isso nos preocupou muito", revelou o dirigente sindical para quem “outra situação que é mais grave é o facto dele estar a publicar fotografias de algumas pessoas que fazem parte até da própria direcção da empresa em situações políticas”.
Cassiano Macedo, um dos participantes a assembleia de trabalhadores diz que caso o Conselho de Administração do porto não reaja ao caderno reivindicativo apresentado por intermédio do sindicato a greve será inevitável.
“A revisão dos salários, saúde, mais dignidade, um qualificador, ganhamos muito mal, nós recebemos um salário muito baixo e temos família e temos filhos”, disse.
As tentativas no sentido de contactar o PCA da empresa portuária do Amboim, Flávio Ferraz Makanga, não surtiram efeitos.