O ministro moçambicano do Interior, Amade Miquidade, disse que os terroristas que actuam na província de Cabo Delgado, inicialmente estiveram envolvidos em actividades de garimpo ilegal e nas diferentes formas de tráfico no norte do país.
Miquidade disse ser necessário impedir que eles estabeleçam as suas bases noutros pontos de Moçambique.
O ministro, que falava numa parada policial em Tete, instruiu os diferentes ramos do sector para intensificarem o combate à imigração ilegal, para impedir os terroristas de expandirem as suas operações a outras províncias moçambicanas.
Na ocasião, ele igualmente orientou as forças policiais a investigar, com profundidade, as razões que levam os imigrantes a preferer entrar de forma ilegal no país a procedimentos normais e legais.
"São estrangeiros, que entraram ilegalmente no país, praticaram o garimpo ilegal e outras actividades ilegais, e mais tarde manifestaram-se como terroristas," sublinhou Miquidade.
Fragilidades
Aquele governante anotou que muitos imigrantes ilegais usam o transporte rodoviário, tendo recomendado para que este seja fortemente controlado.
Uma das províncias mais usadas por imigrantes clandestinos é a de Tete, que partilha uma extensa linha de fronteira com o Malawi, Zâmbia e Zimbabwe. Só nos primeiros três meses deste ano, foram ali detidos cerca de 4.600 imigrantes clandestinos.
O porta-voz do Comando Provincial da Polícia de Moçambique em Tete, Feliciano da Câmara, assume a gravidade da situação, "porque, infelizmente, temos registado com muita preocupação, o envolvimento de muitos cidadãos, na sua maioria nacionais, na rede de auxílio à imigração ilegal".
Comentando as declarações de Miquidade, jurista Armando Nenane, diz que para além disso, existe também a fragilidades das instituições, que faz com que Moçambique seja vulnerável a organizações terroristas, "sobretudo ao nível dos Serviços de Migração".