O Grupo Moçambicano da Dívida diz que a suspensão do apoio internacional ao Orçamento de Estado está a ter um impacto social bastante negativo e alerta para consequências drásticas se o mesmo não for retomado com urgência.
A directora executiva deste grupo, que integra diferentes organizações da sociedade civil, disse que as pessoas desfavorecidas são as que mais sofrem com esta suspensão anunciada por vários parceiros internacionais, na sequência da descoberta das chamadas dívidas ocultas.
Eufrigina Reis afirmou que os sectores mais afectados são os de saúde, educação e agricultura, sublinhando ser fundamental que os parceiros retomem o apoio ao Orçamento de Estado, "principalmente as áreas-chave que dizem respeito a vidas humanas".
Reis, que falava durante a Reunião Nacional sobre Governação Económica e Financeira, que antecedeu uma conferência internacional sobre o mesmo tema, voltou a referir-se à questão da responsabilização, incluíndo dos bancos que emprestaram o dinheiro.
A directora executiva do Grupo Moçambicano da Dívida exigiu também a divulgação do relatório completo da Kroll, sobre as dívidas ocultas.
Esta posição é assumida a poucos dias do início da visita a Maputo de uma missão do Fundo Monetário Internacional, tida como crucial para uma eventual retomada da assistência financeira a Moçambique.
Entretanto, para o jurista Baltazar Fael é importante que a Procuradoria-Geral da República divulgue o relatório da Kroll, até como forma de se credibilizar como instituição.
Para o Grupo Moçambicano da Dívida, o país enfrenta uma crise financeira que se reflecte na vida económica e de maneira mais acentuada na vida social.