O surto de sarampo, que já provocou 77 mortos em Angola este ano, chegou à província da Luanda Norte, depois de, como a VOA anunciou anteriormente, ter deixado as suas marcas na vizinha Lunda Sul.
E o quadro é semelhante em ambas províncias: muitas mães questionam a qualidade dos medicamentos que, no seu entender, não estão a surtir efeitos no tratamento da doença e, como recurso, optam por curandeiros e medicamentos caseiros.
O que também não surte efeito e é condenado pelos responsáveis sanitários.
O Governo e o Ministério da Saúde deram início a uma campanha de vacinação que pretende imunizar mais de 140 mil crianças.
“Os medicamentos que deram e que estamos a dar às crianças não estão a fazer efeito. Estamos a tentar dar açúcar e chá para ver sepassa normalmente”, disse uma das mães.
Zita Cristina preferiu os serviços de saúde para tratar dois filhos.
“Têm febre e estão a ter diarreia, constipação, tosse, viemos aqui no hospital fazermos consulta, e vão ficar aqui”, disse depois de os médicos terem diagnosticado sarampo.
Os primeiros casos da doença província da Lunada Norte foram registados no município do Lucapa, limítrofe com a Lunda Sul.
O médico Própero Mpaca disse ter constatado 56 casos suspeitos que foram notificados até agora pelas autoridades sanitárias, tendo o Hospital Materno-Infantil atendido 20 crianças, das quais seis estão internadas e quatro recebem tratamento ambulatório.
Na quarta-feira, 29, as autoridades sanitárias deram início a uma campanha de vacinação contra o sarampo, rubéola e administração da vitamina A, por forma a prevenir a propagação da doença em crianças dos zero aos cinco anos de idade.
“Nós temos um surto de sarampo com alguns casos portanto é necessário fazermos essa campanha pois o sarampo mata, é uma doença que se previne pela vacinação”, alertou o governador Ernesto Muangala, desafiando os técnicos de saúde a “irem a todas as comunas nestes 10 dias, até aos limites fronteiriços da nossa província”.
Nesse período, 150 mil doses de vacinas serão administradas a um universo de pouco mais de141 mil crianças, de acordo com Filomena Sebastião, da Direcção de Saúde Pública da Lunda Norte