O Ministério Público da Suíça arrestou 160 milhões de francos suíços (cerca de159 milhões de dólares) de contas pertencentes ao antigo homem forte do BESA Angola, Álvaro Sobrinho, e familiares por suspeita de lavagem de dinheiro.
A decisão foi confirmada domingo, 2, pelas autoridades suíças depois de a imprensa local ter avançado que o ex-presidente do BESA estava a ser investigado em Zurique por branqueamento de capitais.
Em causa está o processo de falência do Banco Espírito Santo, que desde 2014 está a ser escrutinado pela justiça helvética, em conjunto com Portugal.
“Desde a altura em que dirigiu o Banco Espírito Santo Angola o estabelecimento concedeu empréstimos que nunca foram reembolsados. O próprio director e os membros da sua família beneficiaram-se de 500 milhões de dólares”, escreveram os jornais suiços Le Matin Dimanche e o SonntagsZeitung no domingo.
De acordo com as mesmas fontes, Álvaro Sobrinho é suspeito de lavagem de dinheiro e outros crimes, como a concessão de créditos a empresas insolventes.
Desde o Verão de 2014, o Procurador-Geral da Suíça tem vindo a investigar o que a imprensa suíça considera ser um dos maiores escândalos bancários nos últimos anos: a queda do Português Banco Espírito Santo.
Agora, segundo as investigações, os procuradores estão particularmente interessados no ex-chefe da subsidiária do banco em Angola, Álvaro Sobrinho, que, ainda de acordo com aqueles jornais suíços, movimenta-se nos mais altos círculos sociais.
A 13 de Agosto de 2014, o Ministério Público Federal abriu um processo criminal contra Sobrinho por branqueamento de capitais.
Até à data, congelou os activos de mais de 160 milhões de francos suíços.
Sobrinho é suspeito pelo Ministério Público português de envolvimento numa fraude massiva.
O Le Matin Dimanche teve publicou documentos da investigação em curso, com dados de contas do Credit Suisse, abertas por Sobrinho ou em nome das suas muitas empresas offshores.
O advogado de Álvaro Sobrinho em Genebra disse aos jornais que não há nenhum processo contra ele em Angola e que nunca ouviu falar de qualquer investigação na Suíça.