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Sucessor de Nyusi deve estar à altura dos problemas de Moçambique


Hospital de Quissanga, Cabo Delgado, vandalizado por insurgentes
Hospital de Quissanga, Cabo Delgado, vandalizado por insurgentes

A Frelimo diz que ainda não abriu o debate sobre o seu candidato presidencial para 2024, que será o sucessor de Filipe Nyusi na liderança do partido, mas analistas sugerem que deve ser um indivíduo com uma visão nacional e capacidade de resolver os graves problemas que Moçambique enfrenta.

Neste momento, o país, entre outros problemas, vive uma tensão política, terrorismo em Cabo Delgado e acentuada exclusão social.

Em 2024, Nyusi termina o seu segundo e último mandato presidencial, e de acordo com a Constituição não pode recandidatar-se.

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Damião José, membro da Comissão Política da Frelimo, diz que neste momento, o seu partido está focado na preparação das eleições gerais e presidenciais de 2024, e a sucessão de Filipe Nyusi ainda não faz parte da agenda partidária.

O debate, diz José, será feito pelos seus órgãos do partido.

Mas, em vários quadrantes, afirma-se que por estas alturas já devia ser conhecido o candidato da Frelimo às presidenciais de 2024, e que o factor makonde, etnia do presidente Nyusi, vai deixar de ser determinante devendo o seu sucessor vir da zona centro, que se tem queixado de estar a ser marginalizado na divisão do poder.

O jornalista Luis Nhachote recorda que, à excepção de Filipe Nyusi, que é do norte, todos os anteriores três presidentes de Moçambique são da zona sul.

Dias da Cunha, analista político, diz que se nota neste momento uma forte influencia, tanto política quanto económica do grupo makonde, e que a indicação do candidato presidencial da Frelimo poderá ter em conta o interesse subjacente de Nyusi.

Reconciliação

O também analista político João Colaço afirma que o candidato da Frelimo, acima de tudo, deve ter visão e capacidade de resolver os graves problemas que Moçambique enfrenta neste momento, em particular o terrorismo, a tensão política e a exclusão social.

Colaço diz que a sucessão de Filipe Nyusi vai ocorrer num momento conturbado, não só do ponto de vista político militar, mas, sobretudo da falta de consenso em termos de construção de uma visão nacional.

"Este é um dos graves problemas que o sucessor de Nyusi vai enfrentar", considera Colaço.

"Além disso", destaca o analista político Fernando Gonçalves, "o sucessor de Nyusi vai ter também a difícil missão de reconciliar a Frelimo, que está profundamente dividida", com alguns dos seus destacados membros a manifestarem publicamente o seu descontentamento.

Tal comentário é rejeitado pelo partido Frelimo, que se declara unido.

Num encontro com jornalistas, no último fim-de-semana, Damião José afirmou que o partido vai escolher um candidato à altura dos desafios do país.

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