Partidos da oposição e analistas políticos de São Tomé e Príncipe criticam a criação de mais ministérios no novo elenco governamental anunciado por Carlos Vila Nova.
Com cinco caras novas, o XVIII governo constitucional de São Tomé e Príncipe passou de 11 para 13 ministérios, e tomou posse hoje, 9. Entre os ministros nomeados no início da governação, cinco mantiveram as suas pastas e três viram os seus ministérios reajustados.
É com esta remodelação que o primeiro-ministro Patrice Trovoada vai enfrentar o desafio da recuperação económica e do poder de compra da população em 2024 e nos anos seguintes.
Entretanto para o líder do MLSTP-PSD, o maior partido da oposição são-tomense, esta restruturação governamental foi uma desilusão.
“Tratou-se de um expediente para satisfazer apenas a clientela política do partido no poder, com mais gastos para o país”, critica Jorge Bom Jesus sublinhando que a situação de crise financeira em que o país se encontra não justifica tantos ministérios.
O analista político Liberato Moniz também esperava um governo mais curto, mas diz que há aspetos positivos na nova estrutura governamental, nomeadamente a separação da pasta do ambiente do ministério das infraestruturas.
“O ambiente é um setor deveras importante nesta altura, tendo em conta os recursos disponíveis à nível internacional para a sua preservação, o que justifica a criação isolada deste ministério” defende Moniz.
Outro analista, Paulo Barros, aplaude a criação do ministério da Economia, que poderá dar um novo impulso ao turismo e às empresas, mas considera que há mais ministros que deveriam ser substituídos, “entre eles, o ministro da Defesa e ordem interna pela forma como geriu o caso 25 de novembro e a recente polémica relacionada com a invasão dos bombeiros ao Ministério Público”
Este analista considera também que há designações ministeriais como Coordenação Sustentável que carece de explicações e outras que são desnecessárias como Direitos da Mulher.“É discriminatório para as próprias mulheres”, diz Paulo Barros
Na tomada de posse, os novos ministros não prestaram qualquer declaração à imprensa, mas o primeiro-ministro marcou para amanhã, 10, uma conferência para falar dos desafios desta equipa governamental.
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